As incertezas fiscais elevaram a trajetória dos juros longo no Brasil. Os contratos DI (Depósitos Interfinanceiros) são negociados em até 12,23% ao ano para o vencimento de janeiro de 2031. A derrota política do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é um dos motivos para o aumento das preocupações entre os investidores.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolveu partes da MP 1.227 de 2024, que trata dos limites do uso de créditos tributários do PIS/Cofins (Programa de Integração Social/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). Haddad disse que não tem “plano B” para viabilizar o financiamento da desoneração da folha dos 17 setores e dos municípios de até 156,2 mil habitantes.
Foi a 2ª vez que Pacheco devolve parte de uma medida provisória proposta por Haddad. A 1ª vez foi em 1º de abril deste ano. Parte dos analistas opera com o ruído de uma possível saída do ministro da Fazenda do cargo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta 4ª feira (12.jun.2024) o ajuste fiscal com o “aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros”, sem comprometer a capacidade de investimento público.
O BC (Banco Central) define a taxa básica, a Selic, mas a trajetória futura dos juros é negociada por agentes financeiros. Quanto maior a percepção de risco na economia brasileira, maior a exigência por uma remuneração elevada dos investimentos no longo prazo. Na prática, é uma referência para a captação de crédito no Brasil.
Os juros futuros registravam alta de 0,06 ponto percentual a 0,19 ponto percentual nos contratos às 12h45 desta 4ª feira (12.jun.2024).
Nos Estados Unidos, a inflação se manteve inalterada em maio (0,0%). O resultado ficou abaixo das estimativas do mercado financeiro e é um bom sinal para aqueles que esperam uma sinalização de corte dos juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA). A autoridade monetária norte-americana se reúne nesta 4ª feira (12.jun.2024) para definir as taxas. Deve mantê-las no intervalo atual de 5,25% a 5,5% ao ano.