Os líderes do G7 divulgaram na noite de 6ª feira (14.jun.2024) a declaração final da cúpula de 2024, realizada na Puglia, Itália, entre Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão. Destacaram a situação na Faixa de Gaza e na Ucrânia, além de enfatizar a importância dos direitos humanos e da migração. Leia a íntegra do texto.
Abaixo, leia os destaques:
- Faixa de Gaza — a declaração expressou “profunda preocupação” com as operações de Israel em Rafah, apelando ao governo israelense para evitar uma ofensiva militar em larga escala devido às “consequências desastrosas para os civis”. Reconheceu o direito de Israel à autodefesa depois do ataque do Hamas em 7 de outubro, mas exigiu que o país cumpra as normas do direito internacional para garantir ajuda humanitária na região. Também endossou a proposta de cessar-fogo apresentada pelo presidente norte-americano Joe Biden e apoiada pelo Conselho de Segurança da ONU;
- Ucrânia — o G7 prometeu um empréstimo de US$ 50 bilhões, financiado pelos lucros dos ativos russos congelados. Os líderes reafirmaram o “apoio inabalável à Ucrânia” pelo “tempo que for necessário” e se comprometeram a continuar fornecendo apoio militar, financeiro e humanitário para a reconstrução do país no Leste Europeu. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que participou como convidado, defendeu que as discussões sobre a paz na Ucrânia devem incluir a participação russa;
- Migração — os integrantes do G7 aprovaram o lançamento de uma coalizão para combater o tráfico de migrantes, enfatizando a importância da cooperação em questões migratórias;
- Clima e meio ambiente — a declaração também abordou os esforços para mitigar os efeitos da crise climática, proteger a segurança alimentar global, apoiar soluções de energia e infraestrutura para países africanos e promover ações para atingir os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável);
- IA (Inteligência Artificial) — foi prometido o lançamento de um plano de ação para o uso da inteligência artificial no mundo do trabalho e a implementação do Código Internacional de Conduta para Organizações que Desenvolvem Sistemas Avançados de IA. O tema foi central no discurso do papa Francisco durante a cúpula, que alertou sobre o risco de o ser humano se tornar um algoritmo.
A cúpula, que contou com a presença inédita do papa Francisco e foi presidida pela primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, não abordou diretamente os direitos da população LGBTQIA+ nem o direito ao aborto.
A maior opositora à menção ao aborto no documento final foi Meloni. Seu governo não reverteu o direito à interrupção da gravidez voluntária na Itália, mas apoiou um projeto de lei, aprovado em abril, que permite o acesso de grupos antiaborto a clínicas de planejamento familiar.
No entanto, a declaração enfatizou o compromisso do grupo com a equidade de gênero, expressando preocupação com o retrocesso dos direitos de mulheres, meninas e pessoas LGBTQIA+ ao redor do mundo.