Livro sobre Aras mostra um ex-PGR “mais complexo”, diz autor

O jornalista Luís Costa Pinto lançou nesta 3ª feira (9.jul.2024) o livro “O Procurador”, que trata da atuação de Augusto Aras à frente da PGR (Procuradoria Geral da República), de 2019 a 2023. Segundo o autor, a obra mostra um Aras “muito mais complexo” do que um procurador-geral que “simplesmente chancelou” o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O comentário faz referência a críticas que o ex-procurador recebeu durante seus anos como PGR, por ser contrário a pedidos de investigação contra Bolsonaro em diversas oportunidades.

O livro trata, dentre outros assuntos, da atuação do governo federal na pandemia de covid. Na obra, Aras diz que a gestão Bolsonaro fez o que era necessário para reduzir o impacto da doença, incluindo a compra de vacinas.

Segundo o ex-PGR, o fato de o então presidente ter deixado de usar máscaras não deveria ser punido, segundo ele, porque as decisões sobre esse tema eram atribuição de governadores e prefeitos.

“Como presidente, ele fez tudo o que precisa fazer. Como político, ele fez tudo o que a retórica dele, no campo dele, mandava”, diz Aras na obra.

Segundo Costa Pinto, esse é um dos pontos essenciais do livro, mas em que há “muita divergência”.

“Ele apresenta os motivos dele, do porquê é que ele não executou as ações”, afirma.

“Naquele período da pandemia, ele foi um elemento que permitiu que o Bolsonaro seguisse como presidente. Agora, em 2021 e em 2022, Aras foi fundamental para fazer com que se driblasse tentativas de golpe antidemocráticos, de golpes de Estado e teve uma atuação silenciosa, mas muito firme para evitar esses golpes”, diz o autor.

O lançamento do livro foi realizado no café Daniel Briand, na Asa Norte de Brasília. Contou com a presença de outros jornalistas, da família do autor, e de autoridades, como o ex-ministro da Educação e ex-governador de Brasília, Cristovam Buarque, e o senador Humberto Costa (PT-PE).

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O jornalista Luís Costa Pinto (esq.) com o ex-governador do DF (Distrito Federal), Cristovam Buarque (dir.), durante lançamento do livro “O Procurador”, nesta 3ª feira (9.jul), em Brasília

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O jornalista Luís Costa Pinto (dir.) com o senador Humberto Costa (PT-PE) (esq.), durante lançamento do livro “O Procurador”, nesta 3ª feira (9.jul), em Brasília

Na ocasião, Costa Pinto contou que o livro nasceu a partir de documentos recebidos por ele sobre procedimentos de correição contra procuradores e subprocuradores, que tinham relação com a operação Lava Jato. Para entender tais documentos, o jornalista procurou Aras.

Depois da 1ª conversa, “que se alongou”, segundo o autor, outros temas foram aparecendo e fizeram com que Costa Pinto decidisse escrever o livro. O processo começou em meados de março de 2023, poucos meses antes de Aras deixar a PGR.

“A partir dessa conversa eu fui ampliando o meu horizonte de apuração e decidi criar esse livro. Decidi escrever esse livro sobre os 4 anos [de Aras como PGR], mas centrado em núcleos de apuração centrais, que eram a Lava Jato e como a operação foi derrubada por dentro da PGR”, afirma.

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