O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se emocionou ao relembrar o processo pelo qual o Brasil passou para que o Rio fosse escolhido como a sede dos Jogos Olímpicos de 2016. O chefe do Executivo contou que integrantes do COI (Comitê Olímpico Internacional) desacreditavam do sucesso da candidatura brasileira. Por isso, relatou ter sentido grande emoção quando a cidade foi anunciada.
“Havia quem dissesse que a gente não tinha a menor chance. […] Eu sei que foi uma emoção de verdade quando aquele gringo, aquele suíço veio com uma pasta, subiu no palanque e disse que ia anunciar o ganhador. Oh cara, poucas vezes eu vivi a emoção que eu vivi. Eu não sabia que era tão importante. Eu comecei a chorar. E chorava o Pelé, o governador, o prefeito. Era uma emoção que a gente não imaginava. Acho que foi o momento mais consagrado para mim”, disse com a voz embargada.
O presidente deu a declaração em evento no Palácio do Planalto com 41 atletas olímpicos e paraolímpicos e beneficiários do Bolsa Atleta. O programa completou 20 anos em 2024. Foi criado no 1º governo do petista.
A escolha do Rio foi feita em 2008 em Copenhagen, na Dinamarca. Na época, a cidade disputou com Tóquio (Japão), Madri (Espanha), e Chicago (Estados Unidos). Lula lembrou também da escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de Futebol, no mesmo ano.
Lula contou que sentiu muita emoção ao ter participado da abertura do Jogos Olímpicos de Pequim, na China, em 2008, especialmente quando viu a entrada da delegação brasileira com a bandeira nacional.
“Eu espero que você sinta isso, Fufuca, e você, Janja. Eu achei que tinha vivido todas as emoções do mundo, mas quando entra a bandeira verde e amarela, é um batimento a mais no coração”, disse, fazendo referência ao ministro do Esporte, André Fufuca, e à primeira-dama Janja Lula da Silva. Ambos representarão o Brasil nas Olimpíadas de Paris, que começam em 26 de julho.
O presidente, no entanto, afirmou ter sido “azarado” porque, na época da realização dos jogos o momento político do país era “muito ruim”, de “ódio”.
“O ódio estava tomando conta da sociedade brasileira. Eu lembro da quantidade de denúncias de corrupção na Copa do Mundo. A quantidade de denúncias de corrupção sem ninguém nunca provar. Nunca se provou que houve corrupção nos estádios brasileiros e no esporte olímpico. Mas era o que a gente ouvia todo dia”, disse.
Disse não ter podido assistir aos jogos de futebol e não ter sido convidado para a cerimônia de abertura das Olimpíadas. “Eu fui o cara que trouxe a Copa do Mundo para cá e não pude assistir a Copa do Mundo e fui o companheiro que trouxe as Olimpíadas e não fui convidado para a abertura. Fiquei frustrado depois de tanta emoção e de tanta alegria pelo fato de você ter tido outras pessoas governando o país. Pessoas que não tinham a cabeça civilizada”, afirmou.