Um relatório da FRA (sigla em inglês para Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia), divulgado nesta 5ª feira (11.jul.2024), aponta para um aumento do antissemitismo na Europa depois do início da guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza.
O estudo, baseado em um questionário on-line realizado entre janeiro e junho de 2023, contou com a participação de 8.000 judeus de 13 países, representando 96% da população judaica na UE (União Europeia). Eis a íntegra (PDF – 11 MB, em inglês).
Os dados revelam que 96% dos entrevistados foram alvo de antissemitismo, tanto em situações cotidianas quanto na internet, nos 12 meses anteriores à pesquisa.
As formas mais comuns de discriminação incluem a banalização do Holocausto, a responsabilização da comunidade judaica pelas ações de Israel em Gaza e a disseminação de estereótipos.
A pesquisa foi conduzida antes dos ataques do Hamas e da resposta militar de Israel no território palestino. Mas o relatório inclui informações mais recentes sobre o antissemitismo, coletadas de 12 organizações da comunidade judaica.
Segundo o documento, a situação se intensificou desde 7 de outubro de 2023, quando o grupo extremista atacou Israel, resultando em um aumento superior a 400% nos incidentes antissemitas.
“A Europa está testemunhando uma onda de antissemitismo, em parte impulsionada pelo conflito no Oriente Médio. Isso limita severamente a capacidade dos judeus de viverem com segurança e dignidade. Precisamos fortalecer as leis e estratégias existentes para proteger as comunidades de todas as formas de ódio e intolerância, tanto on-line quanto offline”, disse Sirpa Rautio, diretora da FRA.
“Em uma sociedade cada vez mais polarizada, é urgente espalhar a mensagem de tolerância e garantir o respeito aos direitos e liberdades fundamentais de todos”, continuou.
Esse é o 3º relatório da FRA sobre o tema, sucedendo pesquisas semelhantes realizadas em 2013 e 2018.
Os resultados atuais mostram um crescimento na ocultação da identidade judaica, com 76% dos participantes afirmando que, ocasionalmente, escondem serem judeus por medo de represália, enquanto 34% evitam eventos judaicos porque não se sentem seguros.