Deputada diz que Derrite pode ter “aparelhado” secretaria em SP

A deputada estadual Ediane Maria (PSOL-SP) acionou o Ministério Público de São Paulo para investigar as nomeações de policiais militares em cargos de confiança na Secretaria de Segurança Pública do Estado. A parlamentar disse ao Poder360 que foi informada por “fontes internas” na Polícia Militar sobre a existência de um “aparelhamento” feito pelo secretário Guilherme Derrite.

“O que fontes internas da PM dizem é que há a existência de um aparelhamento da secretaria, uma forma de alocar no equipamento público pessoas de relação pessoal do secretário Derrite. Essas pessoas estão sendo colocadas em posições de comando e dentro da pasta, ou seja, a motivação para a transferência não é que tenham expertise em cumprir a função, com técnica e conhecimento”, disse ao Poder360.

Ediane Maria pode que o MP investigue a possibilidade de o secretário Guilherme Derrite ter cometido improbidade administrativa ao nomear pessoas de relação pessoal na pasta. No documento enviado ao Ministério Público, a deputada aponta que a quantidade de PMs na pasta aumentou no último ano, o que teria enfraquecido o efetivo nas ruas.

Em 2022, 183 PMs faziam parte dos quadros internos da secretaria, enquanto esse número saltou para 241 no fim do ano passado. A deputada solicitou, ainda, dados do efetivo policial nos batalhões do estado e citou uma queda no número de agentes na região da Baixada Santista, mesmo com o início da Operação Escudo.

OPERAÇÃO VERÃO

Ediane também pediu uma investigação sobre o efetivo de policiais que atuam na Operação Verão, um braço da Operação Escudo realizada no litoral paulista. Para ela, pode haver irregularidades na contratação de serviços e transferência de policiais para a Baixada Santista.

“Venho acompanhando uma crescente má distribuição de recursos e de alocação de pessoal. O que temos observado nos casos da Operação Verão são aparentes violações desses princípios [a impessoalidade], pois não parece proporcional o manejo de recursos para uma megaoperação que sequer apresenta quais foram os ganhos efetivos para a segurança da Baixada, que produziu mortes, uma série de denúncias de abusos e violência”, afirma a deputada.

“Não é possível que o manejo do dinheiro público fique ao sabor de inclinações pessoais do Secretário”.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo para pedir um posicionamento, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem. O espaço permanece aberto.

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