Simple Organic lançará linha acessível e produtos para crianças

A marca de cosméticos naturais Simple Organic vai lançar uma nova linha com produtos mais acessíveis, de até R$ 99. A ideia é ampliar o portfólio mantendo a qualidade, as fórmulas e a composição dos itens. A informação foi repassada pela fundadora da empresa, Patrícia Lima, de 44 anos, ao Poder Empreendedor.

A linha foi desenvolvida para ser vendida principalmente nas farmácias. Os produtos devem conter um volume maior, de 300 ml. Dentre os lançamentos, estão previstos um pré-peeling para preparar a pele antes de receber produtos a base de ácidos e um acelerador de hidratação.

“Vamos manter o DNA, a qualidade, as certificações e a sustentabilidade da marca. A gente cuida da qualidade da entrega dessa formulação. Essa linha será complementar aos produtos desejados e pedidos e inovadores”, disse.

Na linha de skincare, os produtos variam de R$ 35 a R$ 249. A nova linha com produtos acessíveis não deve interromper a política de promoções da marca, quando os itens costumam ser vendidos por menos de R$ 100, segundo Patrícia Lima.

Afirma que a estratégia é importante para atrair novos clientes que recompram os produtos posteriormente. “De 50% a 60% das compras daquele período são de novos clientes. São pessoas que esperam o preço cair para testarem o produto”, afirmou.

Outra novidade da marca para este ano é o desenvolvimento de uma linha para crianças em parceria com a modelo brasileira Caroline Trentini. Os produtos infantis devem chegar ao mercado a partir de junho.

“A gente desenvolveu isso em cima do pedido dos nossos clientes. A gente tem uma geração millennials [nascidos do início da década de 80 a meados dos anos 90] que consome os nossos produtos e tem os filhos que também consomem fórmulas não limpas”, disse.

Assista (45min48s):

Internacionalização

Para a expansão internacional, a Simple Organic planeja continuar investindo no e-commerce do mercado norte-americano. A marca está presente atualmente em uma loja multi-marcas dos Estados Unidos e na Amazon. A empresa também projeta expandir para a Europa com lojas físicas próprias.

A Simple Organic negociou a abertura de uma franquia na Europa por 8 meses, mas Patrícia decidiu que a expansão para a Europa deve ser por lojas próprias. “Financeiramente vale muito a pena. Mas eu acho que essa operação precisa ser nossa para depois abrir para o franqueado na Europa”, afirmou.

Trajetória

A ideia da empresa foi criada depois que Patrícia se tornou mãe. Na época, ela era dona de uma agência de publicidade com foco em moda. O desenvolvimento da Simple Organic durou 2 anos.

“Como eu tinha uma agência de publicidade com especialidade em moda, eu fui fazendo o que nenhuma gestão indica. Ninguém que trabalha com gestão vai indicar: pegar a saúde financeira de uma empresa, tirar e investir em uma ideia”, disse.

“Cada mês eu pegava um pouco da agência, comprei embalagem e contratei um químico para me ajudar com as formulações”, completou.

A Simple Organic é financeiramente sustentável desde o 1º mês de existência. Quando a marca saiu do papel, Patrícia já havia fechado a agência de publicidade.

“Quando a Simple foi lançada, automaticamente se pagava. Mas a gente vendia hoje para pagar amanhã. É o empreendedorismo raiz. Sem capital de giro”, afirmou.

A marca foi lançada durante o desfile do Alexandre Herchcovitch do São Paulo Fashion Week em 2017. A Simple Organic assinou a beleza do desfile. A estratégia provocou um retorno maior do que o esperado. Patrícia conta que o estoque projetado para 6 meses se esgotou em 45 dias.

Na ocasião, as fórmulas eram desenvolvidas em uma fábrica na Itália e importadas para o Brasil. Por conta da logística, a empresa não conseguia repor o estoque na mesma velocidade de compra dos consumidores, o que ocasionou escassez de produtos.

“Vivi esse drama nos 2 primeiros anos. A gente vendia e acabava. Não conseguia repor. Ou por falta de dinheiro ou por falta de matéria-prima. Tinha o lado negativo do consumidor que não conseguia comprar, mas tinha um marketing positivo do marketing de escassez”, conta Patrícia.

A empresária afirma que o problema de estoque só foi solucionado com a venda de parte da Simple Organic para a Hypera Pharma em dezembro de 2020. O grupo detém a maior parte das ações da empresa, enquanto Patrícia tem cerca de 30%.

“Eu tive um processo de aquisição muito saudável. A Simple não foi criada para ser vendida. A minha ideia era: me tornei mãe, vou ter uma vida slow, vou criar uma marca de impacto positivo”, disse.

A marca tem 35 lojas físicas, das quais 6 são próprias. Para 2024, a empresa projeta abrir 8 novas unidades. A ideia é que os espaços sejam abertos com o spa da Simple Organic, mas a implementação desse modelo depende do espaço físico onde vão ser implementadas.

O segmento de saúde, beleza e bem-estar cresceu 17,5% em 2023, segundo dados da ABF (Associação Brasileira de Franchising). No período, o setor contabilizou 56.657 lojas de marcas associadas a ABF em funcionamento. Foi o 2º segmento que mais cresceu ano passado, ficando atrás somente do setor de alimentação.

RAIO-X

  • fundação: 2017;
  • fundadores: Patrícia Lima;
  • sede: Florianópolis (SC);
  • regime tributário: sociedade anônima;
  • número de funcionários: 130 colaboradores;
  • Instagram;
  • site.
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