A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) disse na 3ª feira (27-fev-2024) que as mudanças climáticas podem impactar a capacidade do Brasil de produzir alimentos. Ela participou de evento organizado pela Amcham (sigla para Câmara Americana de Comércio para o Brasil), que fez parte da programação paralela ao encontro do G20.
“Nós acabamos de identificar, por estudos científicos, áreas de deserto já no Brasil. Expansão da área de baixa umidade em várias regiões do nosso país. Ou seja, para o Brasil continuar ajudando na segurança alimentar do planeta, nós vamos precisar fazer o dever de casa em relação ao clima”, declarou.
Marina Silva participou de uma mesa com a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen. Segundo a ministra, a falta de alimentos pode ser um fator de desregulação da economia global e criador de instabilidades geopolíticas.
“Nós temos também outro problema, que é a questão do risco de uma inflação global que pode ser causada também por insegurança alimentar em função da mudança climática. Geralmente, se faz a associação, muito rapidamente, entre risco de inflação e risco de instabilidade econômica, geopolítica, associado à energia. Mas vamos pensar também que esse risco talvez seja até maior em relação à segurança alimentar”, disse.
Sinergia
A ministra afirmou que existe uma convergência de interesses entre a área econômica e as propostas para o meio ambiente no Brasil.
“Eu acho que é a 1ª vez na história do Brasil que a gente conseguiu uma sinergia muito grande entre a área econômica e a área ambiental. O plano de transformação ecológica está sendo coordenado pelo ministro da Fazenda [Fernando Haddad]. Com certeza é o melhor lugar para que ele seja elaborado, porque a partir daí ele pode ser transversalizado [repassado para as outras áreas do governo]”, disse.
Em sua fala, a ministra destacou a parceria assinada na 2ª feira (26.fev) com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para dar garantias cambiais a projetos de desenvolvimento de economia verde no país.
O BID vai oferecer US$ 3,4 bilhões em contratos de derivativos que serão repassados, a partir do Banco Central, para instituições financeiras brasileiras. Os derivativos são contratos que podem ser usados para reduzir o risco de operações financeiras, sendo vinculados a outros ativos, como commodities, moeda estrangeira ou taxas de juros.
Com informações da Agência Brasil.