Otan avalia disponibilizar mais armas nucleares contra a Rússia

A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) está avaliando a possibilidade de elevar a disponibilidade de parte de seu arsenal nuclear em resposta às ameaças nucleares contínuas da Rússia, relacionadas ao apoio ocidental à Ucrânia.

A informação foi divulgada pelo secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em uma entrevista ao jornal inglês The Telegraph, publicada nesta 2ª feira (17.jun.2024). Stoltenberg enfatizou a necessidade de transparência e consulta dentro da aliança, sem detalhar operações específicas.

“Eu não vou entrar em detalhes operacionais sobre quantas ogivas nucleares devem estar operacionais e quantas devem estar estocadas, mas nós precisamos nos consultar sobre essas questões”, afirmou. “É exatamente isso que estamos fazendo. A transparência ajuda a transmitir a mensagem direta de que nós, é claro, somos uma aliança nuclear”, concluiu.

A Rússia reagiu às declarações desta 2ª feira (17.jun), com o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, considerando-as uma escalada nas tensões. Serguei Narichkin, chefe do serviço de inteligência internacional russo, acusou Stoltenberg de tentar intimidar Moscou.

Desde o início da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, a Rússia tem alternado entre declarações que sugerem a possibilidade de uso de armas nucleares e afirmações de que tal ação seria “impensável”, utilizando a ameaça nuclear como ferramenta estratégica.

A discussão sobre a prontidão nuclear da Otan deve envolver o arsenal de armas táticas “estacionadas” na Europa. As armas, destinadas a uso restrito no campo de batalha, estão armazenadas em cofres subterrâneos em 6 países europeus que integram a aliança militar, prontas para serem ativadas em caso de conflito.

A crescente preocupação com a possibilidade de um conflito mais amplo, envolvendo não só a Rússia, mas também a China, foi ressaltada por Stoltenberg. Ele enfatizou a importância de estar preparado para enfrentar 3 potenciais adversários nucleares.

“O objetivo da Otan é, obviamente, um mundo sem armas nucleares, mas enquanto existirem armas nucleares, continuaremos a ser uma aliança nuclear, porque um mundo onde a Rússia, a China e a Coreia do Norte têm armas nucleares, e a Otan não, é um mundo mais perigoso”, declarou.

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