O governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), informou nesta 2ª feira (17.jun.2024) que 350 mil hectares do Pantanal já foram atingidos pelas queimadas em 2024. Há uma alta de 1.800% da área queimada ante 2023. O volume de focos de incêndio também aumentou.
Riedel fez uma comparação com 2020, durante o “maior desastre do ponto de vista de queimadas”, segundo o governador, quando cerca de 3,5 milhões de hectares foram atingidos. As declarações foram dadas em entrevista à CNN Brasil.
De acordo com o chefe do Executivo estadual, a maior parte das áreas atingidas é privada.
O tucano associou o número de queimadas às mudanças climáticas e negou que o fenômeno tenha a ver com uma piora da “consciência” ambiental das pessoas.
“O que aconteceu do ano passado para esse ano? A consciência das pessoas piorou? Não, [foi] a condição climática. É importante frisar isso: nós estamos lidando com uma condição muito atípica de seca no Estado do Mato Grosso do Sul”, declarou.
Riedel afirmou ainda que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem acompanhado “de perto” a situação do Estado.
Citou a assinatura de acordos com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e disse que se reunirá com o secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial, André Lima, para discutir as próximas ações.
QUEIMADAS NO PANTANAL
Segundo o governador, o Estado tem se preparado para a temporada de incêndios florestais desde janeiro. Riedel afirmou que a região já havia iniciado o mês de maio com os níveis dos rios baixos, em razão da seca.
No entanto, de acordo com ele, a temporada começou “muito cedo” e de maneira “muito agressiva”, com uma intensificação dos focos de incêndio nos últimos 20 dias.
O Pantanal registrou o maior número de focos de incêndio para o mês de junho desde 1998, quando o índice começou a ser contabilizado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Com um tamanho de 150.355 km², o Pantanal é uma das maiores extensões úmidas contínuas do mundo. Da sua área, 65% estão no território do Mato Grosso do Sul e 35%, no Mato Grosso.
Até maio deste ano, o bioma perdeu 1.276 km² para o fogo. Em 2023, o mesmo período contou com uma perda de 120 km². Na comparação, a terra perdida para as chamas cresceu 963%.
Desde 2019, o bioma registra uma mudança nos padrões de chuva, que são modulados de acordo com a monção de verão da América do Sul. Em 2020, por exemplo, a região enfrentou uma seca prolongada, com a menor precipitação desde a década de 1980.
