Governo ainda considera leilão para compra de arroz, diz Teixeira

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que a realização de um leilão para a importação de arroz não foi descartada pelo governo. Segundo ele, recorrer ao exterior para aumentar a oferta do produto pode ser a saída para evitar novos reajustes no preço do cereal, principalmente nos Estados do Norte e do Nordeste.

Os produtores garantiram preços baixos, mas estamos com uma pesquisa em todas as capitais, que indicam preços altos. Essa realidade está se estendendo muito. O governo não retirou de seu radar a decisão de fazer o leilão”, declarou o ministro em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta 4ª feira (10.jul.2024). 

Nosso sentimento é que não houve recuo de preços, embora os produtores tenham afirmado que não sofreram perdas com as enchentes”, disse Teixeira, referindo-se às cheias registradas no Rio Grande do Sul.

O leilão para a importação de arroz foi promovido pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) como uma maneira de o governo reagir ao aumento de preços do arroz depois das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, local responsável por cerca de 70% da produção do grão.

O 1º leilão para compra de arroz importado, realizado em 21 de maio, foi suspenso. Já o 2º certame foi anulado depois que foram encontradas inconsistências nos dados das empresas vencedoras. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu que houve “falcatrua” no leilão para importação do arroz.

Desde então, os integrantes do governo têm divergido sobre a realização de um novo leilão. Em 3 de julho, o ministro Carlos Fávaro (Agricultura) disse em entrevista à GloboNews que o leilão não seria mais realizado. Ele afirmou que o certame era desnecessário porque o preço do produto caiu e voltou à normalidade.

Poucas horas depois, em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto depois do lançamento do Plano Safra da agricultura familiar, Teixeira tergiversou ao responder se o governo tinha desistido de realizar o leilão. 

Nós estamos estudando todas as possibilidades”, afirmou na época, acrescentando que o edital do leilão estava “pronto” e a decisão final caberia a Lula.

Ao falar com O Globo, Teixeira disse o edital passaria por ajustes caso o leilão volte a ser feito. “Não poderá entrar nenhum aventureiro”, declarou o ministro.


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