O filho do líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Pedro Stedile, foi nomeado para um cargo no gabinete do deputado federal João Daniel (PT-SE) na 4ª feira (28.fev.2024). Rafael Almeida Stedile ocupa a função de secretário parlamentar do congressista.
Ao Poder360, o gabinete do congressista disse que a remuneração mensal de Rafael será de R$ 5.411,55.
Rafael nasceu em São Paulo (SP) e é formado em publicidade. O paulistano, que atua como fotógrafo desde 2013, tem um site para divulgar seus trabalhos. Ele cobriu, por exemplo, as manifestações no Brasil em 2013 e as eleições de países latino-americanos, como Argentina e México. Em 2022, ele acompanhou a campanha eleitoral de Edegar Pretto, candidato do PT derrotado na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul.
Em seu perfil no Instagram, Rafael também publica fotografias sobre o MST. Em nota divulgada à imprensa, o deputado João Daniel disse que, apesar de ter “trabalhos ligados a questões políticas”, Rafael não é filiado a nenhum partido e não é militante do movimento social.
“Rafael Stedile é formado em publicidade e trabalha como fotógrafo autônomo há mais de 10 anos no mercado corporativo e contribui com movimentos sociais. Apesar de ter uma trajetória de trabalhos ligados a questões políticas, não é filiado a nenhum partido e não é militante do MST. Cumprirá uma tarefa técnica de Comunicação para o gabinete”, declarou a nota.
Na 4ª feira (28.fev), a Câmara realizou uma sessão solene em homenagem aos 40 anos do MST. Os ministros do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, participaram do evento.
O perfil no X (antigo Twitter) “PT na Câmara” compartilhou um vídeo de João Daniel, que participou da sessão. Na publicação, o deputado, que é coordenador do Núcleo Agrário da bancada do partido na Casa Baixa, comemorou a realização da cerimônia.
OPOSIÇÃO X MST
A sessão em homenagem ao MST foi criticada por congressistas da oposição ao governo e o deputado Ricardo Salles (PL-SP) foi vaiado no plenário.
A divergência de deputados da oposição ao MST não é nova. Em maio de 2023, a Câmara dos Deputados instalou uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o movimento. João Pedro Stedile prestou depoimento à comissão em agosto.
Entretanto, o prazo de funcionamento do colegiado terminou sem a votação do relatório final por causa do embate entre integrantes governistas e da oposição.