Pesquisa da Genial/Quaest divulgada neste domingo (3.mar.2024) mostra que a maioria dos brasileiros acredita que o STF (Supremo Tribunal Federal) “incentiva a corrupção” ao anular punições aplicadas a empresas durante a Operação Lava Jato. Do total de entrevistados, 74% pensam assim.
Outros 14% dizem não acreditar que essas decisões incentivam a corrupção no país, enquanto 12% não souberam ou não responderam à pergunta. A pesquisa foi realizada com 2.000 pessoas com 16 anos ou mais, entre os dias 25.fev.2024 e 27.fev. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. Eis a íntegra (PDF – 22 MB).
Segundo o estudo, a opinião crítica ao Supremo é maior entre homens (79%), residentes da região Sul (80%) e eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022 (85%).
Em setembro de 2023, o ministro do STF Dias Toffoli anulou todas as provas do acordo de leniência da empreiteira Odebrecht (hoje Novonor) que foram usadas em acusações e condenações resultantes da Operação Lava Jato.
Em sua decisão, o ministro afirmou que a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi uma “armação” e “um dos maiores erros judiciários da história do país”. Leia aqui a íntegra do texto (PDF – 803 kB).
O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) e a ANPR (Associação Nacional de Procuradores da República) recorreram da decisão do ministro. A associação afirmou que ela parte de uma premissa “inteiramente equivocada” e “destoa da realidade dos fatos” ao determinar que as provas do acordo da empreiteira não podem ser usadas em qualquer instância da Justiça. Os recursos estão em análise.
44% CRITICAM ATUAÇÃO DE MORO
O levantamento também questionou os entrevistados sobre a atuação do ex-juiz e atual senador da República Sergio Moro (União Brasil-PR) na Operação Lava Jato e 44% disseram não aprovar seu trabalho. Outros 40% responderam que aprovam.
Antes de assumir o cargo de ministro da Justiça durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Moro foi responsável por julgar casos da Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba.
A pesquisa tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. Portanto, nesse caso do Moro, os 2 grupos estão tecnicamente empatados. Não sabem ou não responderam 12% dos entrevistados, enquanto outros 3% disseram que não aprovam nem desaprovam.
O nível de confiança da pesquisa é de 95%.