O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, defendeu a autonomia financeira da autoridade monetária. Segundo ele, é preciso retirar o orçamento da instituição do Tesouro Nacional para que haja qualificação do quadro de funcionários.
Campos Neto afirmou que quase 90% dos países que têm autonomia operacional têm também autonomia financeira. Seria um “passo natural” tirar o orçamento do Poder Executivo.
Ele palestrou nesta 2ª feira (4.mar.2024) na reunião do Cops (Conselho Político e Social) da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
A autonomia do Banco Central é operacional. Com mandatos de 4 anos, o presidente e os diretores do BC podem tomar decisões de política monetária com menos influência do Poder Executivo. Apesar disso, o orçamento da autoridade monetária está ligado ao governo federal.
Segundo Campos Neto, é preciso ter um orçamento próprio para o BC fazer melhorias no quadro de funcionários e no processo administrativo.
Campos Neto afirmou que o Banco Central fez, em 2021 e 2022, o maior ciclo de aperto monetário em período eleitoral entre todos os países emergentes. Afirmou que “quem está lá sentado na cadeira sabe que não é fácil de fazer”, porque houve aumento de juros em período do pleito.
Segundo ele, o tempo da política monetária é diferente da política brasileira e por isso que a autonomia funciona. Disse que a autonomia operacional se mostrou muito positiva para o 1º teste.
“A gente vê o BC cada mais inserido no mundo de tecnologia e digitalização e é preciso ter um quadro com capacidade administrativa mais comparável ao setor privado”, disse Campos Neto. Ele afirmou que seria um avanço para o país.