Autor do PL “antiaborto” exibe miniatura de feto para defender texto

O autor do PL (projeto de lei) “antiaborto”, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), exibiu nesta 4ª feira (19.jun.2024) a miniatura de um feto humano para defender a proposta que equiparar o aborto depois de 22 semanas ao crime de homicídio.

“O principal objetivo do PL está nas minhas mãos: a réplica de um bebê de 5 meses e meio. Todo o resto está querendo confundir a sociedade”, afirmou o congressista em pronunciamento na Câmara dos Deputados. 

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Sérgio Lima/Poder360 – 19.jun.2024

Na imagem, o deputado com a miniatura do feto humano

Na 3ª feira (18.jun), depois da repercussão negativa, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e os líderes partidários recuaram e disseram que a Casa Baixa só deve debater o texto no 2º semestre deste ano. 

O autor da proposta disse “estar disposto” a debater o projeto.

A bancada evangélica do Congresso convocou os jornalistas para falar sobre a proposta.

O grupo também anunciou o novo presidente do colegiado, deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), que assume novamente o posto para cumprir a última parte do período de 2 anos de revezamento no comando com Eli Borges (PL-TO).

CRÍTICAS AO STF

Sóstenes criticou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes por suspender, em 17 de maio deste ano, uma resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina) que proíbe a realização de assistolia fetal para interrupção de gravidez. 

O procedimento é usado nos casos de abortos previstos em lei, como nos casos de violência sexual, em gestações com mais de 22 semanas. Consiste na injeção de cloreto de potássio para interromper os batimentos cardíacos do feto e induzir o aborto.

O deputado afirmou que a “ciência deve ser respeitada”, em referência à resolução do CFM. 

O presidente do CFM, José Hiran Gallo, disse na 2ª (17.jun.) que a “autonomia da mulher” não pode superar, segundo ele, o dever de “proteger a vida”.

A declaração de Gallo foi dada em sessão temática no Senado para discutir a assistolia. 

Na ocasião, foi realizada também uma encenação contra o aborto, em que uma contadora de histórias simulou um feto sofrendo com o procedimento.

Segundo apurou o Poder360, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), não gostou do teatro. Sinalizou que debates do tipo não devem ser feitos com “dramatização” e, sim, argumentos técnicos.

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