Pará é o 1º Estado brasileiro a assinar acordo de créditos de carbono

O Pará firmou um acordo com a Coalizão LEAF, tornando-se o primeiro Estado brasileiro a obter financiamento para conservação florestal por meio da venda de créditos de carbono. O contrato prevê a venda de até 12 milhões de créditos de carbono, o que pode gerar cerca de US$ 180 milhões (cerca de R$ 980 milhões) entre 2023 e 2026. 

O acordo se dá em um contexto onde o Pará, que possui cerca de 25% da Amazônia brasileira, se prepara para sediar a COP 30 em Belém, em 2025. A iniciativa tem como objetivo financiar ações para reduzir o desmatamento e apoiar comunidades tradicionais, incluindo povos indígenas, quilombolas, extrativistas e agricultores familiares. 

A Coalizão LEAF, composta por grandes empresas e governos de países como Noruega, Reino Unido, Estados Unidos e República da Coreia, conta com compradores dos créditos de carbono como Amazon, Bayer, BCG, Capgemini, H&M Group e Fundação Walmart. As companhias se comprometeram a adquirir 5 milhões de créditos, com a possibilidade de venda de mais 7 milhões para outros compradores corporativos.

O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), destacou a importância do acordo, declarando ser o primeiro Estado brasileiro a firmar tal parceria com a Coalizão LEAF. Barbalho ainda evidenciou o sucesso das políticas estaduais de combate ao desmatamento e a transição para uma economia verde. Ele também mencionou a confiança dos compradores na eficácia dos esforços do Estado e na integridade dos créditos de carbono gerados.

O Pará tem implementado políticas contra o desmatamento, como a Política Estadual sobre Mudanças Climáticas, visando a transição para uma economia de baixo carbono com meta de emissões líquidas zero até 2036. Em 2024, o Estado alcançou uma redução de 42% nos alertas de desmatamento, a maior desde 2020, conforme dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Eron Bloomgarden, CEO da Emergent, coordenadora da Coalizão LEAF, elogiou o acordo, afirmando que a abordagem LEAF “representa uma oportunidade significativa para interromper e reverter o desmatamento tropical até 2030”. Ele também ressaltou a importância da inclusão dos povos indígenas e comunidades locais no compartilhamento justo dos benefícios.


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