O Telegraph Media Group, editor do jornal britânico Telegraph, enfrentou um prejuízo de 244,6 milhões de libras em 2023, uma mudança drástica comparada ao lucro de 33,3 milhões de libras no ano anterior. Esse prejuízo se deu principalmente devido a uma provisão de quase 280 milhões de libras para cobrir empréstimos à família Barclay, considerados “improváveis de serem reembolsados”. A situação foi reportada pelo próprio Telegraph, na 4ª feira (19.jun.2024), evidenciando as dificuldades financeiras do grupo, que atualmente está à venda.
A complexidade do caso aumentou com a intervenção de investigadores da HMRC (Her Majesty’s Revenue and Customs) e da Agência Nacional de Crime do Reino Unido, que analisam transações consideradas suspeitas realizadas ao longo de 7 anos em valores pagos a controladoras e propriedades da família. Apesar dos esforços para rastrear o dinheiro, os resultados foram inconclusivos.
Além disso, a revisão dessas transações do grupo revelou “potenciais irregularidades no registro das transações”, sugerindo a possibilidade de futuros pedidos de reembolso contra a empresa e o grupo. A família Barclay optou por não comentar sobre as investigações.
Desde junho de 2023, a situação financeira do grupo tornou-se incerta, com os títulos do Telegraph e da revista Spectator sendo apreendidos por bancos ingleses, devido a considerada incapacidade da família Barclay de pagar 1,16 bilhão de libras em dívidas. Essas dívidas foram posteriormente quitadas por um consórcio apoiado pelos Emirados Árabes Unidos, que expressou interesse em adquirir o grupo, mas desistiu sob pressão política.
Apesar desses desafios, o Telegraph Media Group viu um aumento no volume de negócios para 268 milhões de libras em 2023, impulsionado pelo crescimento da publicidade digital, parcerias e assinaturas digitais. A empresa ultrapassou 1 milhão de assinantes em agosto de 2023. Eis a íntegra do documento (PDF–9MB em inglês).
Anna Jones, executiva-chefe do Telegraph Media Group, enfatizou a resiliência do grupo frente a esses obstáculos, destacando o crescimento nos lucros operacionais pré-excepcionais, impulsionados por avanços em publicidade digital e receita de assinatura digital.