A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disse nesta 2ª feira (24.jun.2024) que irá propôr alterações no PL (projeto de lei) “antiaborto”. Disse ser contra a penalização de mulheres que interrompam a gravidez depois de 22 semanas, mas sim de quem realizar ou auxiliar no procedimento.
“Mesmo tratando de adultos, na minha visão, alguns pontos do projeto de lei precisariam ser melhor abordados e outros necessitariam ser reformulados com a cuidadosa observância de que a mãe, vítima de estupro, e o bebê não podem ser penalizados com as eventuais alterações da lei”, disse em vídeo publicado nas redes sociais.
Assista (9min21s):
Michelle, que é presidente do PL Mulher, disse que irá falar com o autor da proposta, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), para “apresentar algumas sugestões e firmar alguns posicionamentos”.
Dentre os pontos citados, defendeu o aumento da pena para estupradores e sugeriu a castração química. Ao reforçar que as vítimas não podem ser penalizadas, disse que a apresentação de boletins de ocorrência deveria voltar a ser obrigatórios para a realização do aborto legal.
“A mulher vítima do estupro passa por uma experiência horrível e isso deve ser seriamente considerado, com empatia, quando se vai julgar quaisquer condutas de sua parte que são, na maioria das vezes, atos de desespero”, disse.
Ao mesmo tempo, defendeu a resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina) que proibiu médicos de realizar a assistolia fetal depois de 22 semanas. Todas as pessoas envolvidas na interrupção da gravidez devem ser penalizadas, segundo Michelle.
Para ela, a repercussão do caso e a abordagem que de que a lei poderia penalizar menores de idade violentadas é “mais uma gritaria da esquerda que quer acabar com a vida dos nossos bebês inocentes”.
Também criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela fala em que chamou de “monstro” a pessoa concebida por um estupro, chamou seu governo de “abortista” e disse que o criminoso é “defendido pela esquerda”.