Ministro confirma saída de diretor da Conab por leilão de arroz

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, confirmou nesta 3ª feira (25.jun.2024) a saída do diretor-executivo de Operações e Abastecimento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Thiago dos Santos. Ele foi o responsável por operacionalizar o leilão realizado pela companhia para a importação de arroz, que acabou anulado por suspeita de irregularidades.

“Isso já está resolvido. O governo já resolveu isso. O próprio Conselho [de Administração da Conab] hoje vai encaminhar”, disse Teixeira ao chegar no Palácio do Planalto. O ministro participa de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Carlos Fávaro (Agricultura) para discutir o lançamento do Plano Safra para 2024/2025, que deve ser anunciado na 4ª feira (26.jun.2024).

Santos foi indicado ao cargo pelo ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura Neri Geller, que também perdeu o cargo por causa do imbróglio envolvendo o leilão.

O governo cancelou o certame em 11 de junho. O anúncio foi feito por Teixeira, Fávaro e o presidente da Conab, Edegar Pretto, depois de reunião com Lula.

O certame havia sido realizado em 6 de junho e 4 empresas haviam sido escolhidas. O Executivo pretende realizar outro leilão, mas ainda não há nova data anunciada.

A lista das vencedoras do leilão realizado chamou a atenção: das 4 ganhadoras, 3 não são empresas do ramo de importação. Só uma, a Zafira Trading, de fato atua no segmento de comércio exterior. Entre as outras 3 empresas, há uma que vende queijos em Macapá (AP), uma fabricante de sucos de São Paulo e uma locadora de veículos localizada em Brasília. As 4 empresas receberiam um total de R$ 1,3 bilhão. Leia a íntegra da ata com os nomes dos vencedores (PDF – 41 kB).

A disputa foi promovida pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para assegurar o fornecimento de arroz no país por causa das enchentes no Rio Grande do Sul. O Estado responde por cerca de 70% da produção nacional do grão. Ao final do certame, seriam adquiridas 263 mil toneladas.

Pretto explicou que as empresas que participaram do certame foram habilitadas por bolsas de mercadorias e, tanto a Conab, quanto o governo, só foram informados sobre as vencedoras ao final do processo, no momento de assinatura da ata.

“A partir da revelação começaram os questionamentos se essas empresas teriam verdadeiramente capacidade técnica e financeira para honrar os compromissos de um volume expressivo de dinheiro público”, disse o presidente da Conab em 11 de junho.

De acordo com Fávaro, o governo passará a avaliar antecipadamente as empresas que decidirem concorrer no novo leilão para garantir a capacidade financeira e a experiência na área.

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