Bolívia determina 6 meses de prisão preventiva a líder de golpe

A Justiça da Bolívia ordenou na 6ª feira (28.jun.2024) 6 meses de prisão preventiva ao general boliviano Juan José Zuñiga. Outros 2 militares também foram detidos pela tentativa fracassada de golpe contra o governo na 4ª feira (26.jun).

Segundo informações da Reuters, os militares são acusados de terrorismo (15 a 20 anos de prisão) e revolta armada, com pena de 5 a 15 anos. Os 3 ficarão detidos em uma prisão de segurança máxima em El Alto, cidade próxima a La Paz, enquanto aguardam o desenrolar das investigações.

Até o momento, 21 pessoas foram presas, entre soldados da ativa, reservistas e civis. Estima-se que cerca de 200 militares participaram da ação.

ENTENDA O CASO

Às 15h57 (horário de Brasília) de 4ª feira (26.jun), o presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou a tentativa de golpe depois que veículos blindados e militares estacionaram nas esquinas da Plaza Murillo, onde fica o Palácio Quemado, sede da Presidência boliviana, e a Assembleia Legislativa Plurinacional, na cidade de La Paz.

Assista (1min39s):

O movimento foi comandado pelo general Juan José Zúñiga, ex-comandante do Exército da Bolívia destituído na 3ª feira (25.jun) depois de criticar o ex-presidente boliviano Evo Morales. A jornalistas, Zúñiga disse que os militares buscavam “restaurar a democracia” e pediu a liberação imediata de presos políticos.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostraram o momento em que um tanque de guerra atingiu a entrada do palácio presidencial em La Paz.

Em outro registro, o presidente boliviano apareceu enfrentando o general Zúñiga do lado de fora do palácio. 

Arce mudou o comando do Exército por causa da tentativa de golpe. Ao lado do presidente no Palácio Quemado, o novo comandante, José Wilson Sánchez, ordenou que as tropas recuassem. “Peço, ordeno que todo o pessoal que se encontra mobilizado deve voltar às suas unidades”, declarou. 

Por volta das 19h (horário de Brasília) desta 4ª feira (26.jun), os militares começaram a deixar a Praça Murillo. 

No mesmo, Zúñiga disse que o golpe foi encomendando por Arce para “aumentar a sua popularidade”. No entanto, não apresentou provas.

“No domingo, eu meu reuni com o presidente. Ele me disse que a situação está ‘foda’, que a semana é crítica e que seria necessário algo para aumentar a sua popularidade. Então eu perguntei: ‘Tiramos os blindados?’ e ele disse: ‘Tire’. No mesmo dia os blindados começaram a ser preparados”, disse o general à época.

O militar havia sido demitido de seu cargo 1 dia antes do levante, na 3ª feira (26.jun), depois de fazer críticas a Evo Morales. Durante uma entrevista, disse que o ex-presidente não poderia mais ocupar o cargo, declarando que não permitiria que “a Constituição fosse pisoteada, que desobedecesse ao mandato do povo”.

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