A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou nesta 3ª feira (2.jul.2024) o processo de reajuste tarifário anual da Enel São Paulo. Haverá redução média de 2,43% nas contas de luz dos consumidores da distribuidora, com percentuais variando de acordo com a classe de consumo.
Os novos valores das tarifas valerão a partir de 5ª feira (4.jul) para as 7,93 milhões de unidades consumidoras da distribuidora em 38 municípios paulistas, incluindo a capital São Paulo.
Eis os percentuais de redução por classe:
- clientes residenciais: -2,17%
- clientes baixa tensão: -2,11%
- clientes de alta tensão: -3,52%
- efeito médio: -2,43%
Segundo Aneel, a redução nas tarifas da Enel se deve pela queda nos custos com os encargos setoriais (-1,32%) e com aquisição de energia (-1,06%). A parcela da tarifa que é repassada à distribuidora (chamada parcela B) também caiu (-0,24% em média) e contribuiu para a redução no valor.
A Enel SP, antiga Eletropaulo, é uma subsidiária da Enel Brasil, que também detém a concessão de distribuição de energia em parte do Rio de Janeiro e no Ceará. Em São Paulo, a empresa protagonizou vários episódios de quedas de energia no ano passado e no início de 2024. Recentemente, anunciou investimento de R$ 6,2 bilhões até 2026. O grupo é controlado pela Enel, estatal de energia da Itália.
BANDEIRA AMARELA EM JULHO
O reajuste negativo deve ser compensado pela bandeira amarela nas tarifas de energia elétrica. O patamar, que vigorará durante todo o mês de julho, implicará em cobrança adicional na conta de luz. O valor extra é de R$ 1,88 a cada 100 KWh (quilowatt-hora) consumidos.
A nova bandeira foi anunciada pela Aneel na 6ª feira (28.jun). A decisão colocou fim a um ciclo de mais de 2 anos de vigência da bandeira verde. O patamar sem cobrança adicional vigorou por 26 meses, de abril de 2022 a junho de 2024, por causa das condições favoráveis de geração de energia no país.
Agora, a situação mudou. Segundo a Aneel, as condições para geração de energia estão menos favoráveis. A bandeira amarela foi acionada em razão da previsão de chuvas abaixo da média até o final do ano (em cerca de 50%) e pela expectativa de crescimento do consumo de energia no mesmo período.
“Esse cenário de escassez de chuvas, somado ao inverno com temperaturas superiores à média histórica do período, faz com que as termelétricas, com energia mais cara que hidrelétricas, passem a operar mais”, informou a Aneel em comunicado.
Como mostrou o Poder360 em fevereiro, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) já vinha alertando para a projeção de baixa vazão das usinas para o período seco neste ano.