A advogada e especialista em questões militares Rocío San Miguel responderá por “terrorismo”, “traição à pátria” e “conspiração”, segundo o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab. Ele deu declaração em seu perfil no X (antigo Twitter).
Rocío foi presa na 6ª feira (9.fev) no Aeroporto Simón Bolívar, em Maiquetía. Os advogados e a ONG de defesa dos direitos humanos Provea falam em “desaparecimento forçado” da advogada e integrantes de sua família.
O Ministério Público venezuelano também deve solicitar à prisão do ex-marido de Rocío, Alejandro José Gonzales De Canales, por suposta quebra de sigilo de informações relativas à segurança nacional.
O procurador Saab afirmou que as autoridades apresentariam em uma audiência, sem data definida, outros 6 presos por suposto envolvimento no plano para matar o líder venezuelano Nicólas Maduro, chamado de “Brazalete Blanco”.
O CASO
O caso eclode poucas semanas depois de outra controvérsia protagonizada pelo governo venezuelano, quando o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou que 32 pessoas foram presas no país por estarem supostamente envolvidas em 5 planos para assassinar o presidente Maduro.
San Miguel também é presidente da ONG Control Ciudadano. Segundo a Provea, ela recebia medidas de proteção da CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos) por causa de “constantes” ataques recebidos. Sua última atividade no X foi a repostagem de uma publicação da organização na rede social na 5ª feira (8.fev).
Internautas nas redes sociais têm compartilhado a hashtag “#DondeEstáRocío” (onde está Rocío) para chamar atenção ao caso. Outra ONG que se manifestou contra o ocorrido foi a Anistia Internacional. Também pelo seu perfil do X, a entidade divulgou uma mensagem pedindo a liberdade “imediata e incondicional” da advogada.
Maria Corina Machado, adversária política de Maduro vetada das eleições, também se pronunciou sobre o caso. Ela compartilhou a publicação do Comitê de Direitos Humanos do Vente Venezuela, seu partido político, e disse que alertou o mundo que os “ataques repressivos do regime de Maduro” continuam. “Pedimos solidariedade nacional e internacional a ela e a todos os presos e perseguidos políticos na Venezuela”, afirmou.
O partido Voluntad Popular condenou a detenção e desaparecimento de Rocío. “Exigimos às autoridades que declaram sua localização”, declarou neste domingo (11.fev).