O senador Omar Aziz (PSD-AM) rebateu nesta 4ª feira (3.jul.2024) as críticas do presidente da Argentina, Javier Milei (La Libertad Avanza, direita), ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Chamou o libertário de “bandido” e de “vagabundo” durante sessão da CTFC (Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor), ao qual preside.
“Eu não posso aceitar que um vagabundo, um bandido que aparece do nada, que não tem história nenhuma, que nunca produziu absolutamente nada pelo povo argentino chegue e vá falar do presidente do nosso país. Temos que nos posicionar, não só a favor do Lula, mas de qualquer outro ex-presidente. É um cidadão brasileiro que esteve na presidência através do voto direto”, disse Aziz.
Segundo o senador, a “Argentina tem um presidente vagabundo que, em vez de cuidar dos problemas da Argentina, quer se meter e atacar um outro país”.
“Se fosse o presidente [Jair] Bolsonaro [PL] nesse momento, eu estaria falando a mesma coisa. Nenhum vagabundo, seja o presidente de qualquer outro país, tem o direito de atacar o Brasil”, declarou.
Assista, a partir de 52min27s:
Aziz deu as declarações durante a votação do PL (projeto de lei) 1.731 de 2023, proposto pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF). O texto, que tem a relatoria de Marcos Rogério (PL-RO), pede a proibição de logotipos, slogans, divisas e motes de governo em instalações, veículos, livros, apostilas e equipamentos públicos da União.
O presidente da Comissão afirmou que a proposta “é mesquinha” por considerar que o legado de presidentes precisa ser respeitado –o que, para ele, não tem sido praticado pelo argentino.
Ao final da discussão, o senador Humberto Costa (PT-PE) pediu vista (mais tempo para análise). A discussão deve ter votação retomada na próxima 4ª feira (10.jul), segundo Aziz.
LULA X MILEI
Milei tem escalonado críticas ao presidente Lula desde a semana passada. Na 3ª feira (2.jul), voltou a chamar o chefe do Executivo brasileiro de “corrupto” e de “comunista”.
Já Lula, que também critica o presidente argentino, disse que ainda não se reuniu com o libertário porque espera um pedido de desculpas, mas o chefe argentino se recusa a se retratar.