A Mocidade Alegre é a vencedora do carnaval de São Paulo de 2024, repetindo o feito de 2023. Com uma homenagem ao Brasil imaginado pelo poeta Mário de Andrade, a escola de samba desbancou outras 13, com um total de 270 pontos, e se tornou a campeã pela 12ª vez.
Em 2º e 3º lugares ficaram a Dragões da Real e a Acadêmicos do Tatuapé. A Tom Maior e a Independente Tricolor foram as duas piores do Grupo Especial e, com isso, farão parte do Grupo de Acesso 1, conforme as regras estipuladas pela Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo.
Este ano, a Mocidade Alegre competia com a Camisa Verde e Branco, Barroca Zona Sul, Dragões da Real, Independente Tricolor, Acadêmicos do Tatuapé, Mancha Verde, Rosas de Ouro, Vai-Vai, Tom Maior, Mocidade Alegre, Gaviões da Fiel, Águia de Ouro, Império de Casa Verde e Acadêmicos do Tucuruvi.
A Mocidade Alegre foi fundada em 1967 e tem sua quadra no bairro do Limão, zona norte da capital paulista. Atualmente, a presidente da escola é Solange Bichara. Neste ano, foi a 3ª a desfilar na 2ª noite, no sábado (10.fev.2024), no Sambódromo do Anhembi.
Disputa acirrada
Os critérios analisados para fazer a média das notas que define a posição das escolas na lista de classificação são 9: Evolução, comissão de frente, fantasia, enredo, samba-enredo, bateria, alegoria, mestre-sala e porta-bandeira e harmonia. Até o penúltimo quesito, a disputa permaneceu acirrada, como é de costume, por diferença de décimos.
Alguns elementos passaram, muito recentemente, a ter peso maior na avaliação, com uma mudança nas diretrizes dos jurados. Como exemplos, podem ser citadas a letra da música, que agora deve ser menos abstrata e narrar e refletir melhor o tema do enredo, e a qualidade da caixa de som das escolas.
O anúncio das pontuações dadas pelos jurados é realizado sem a presença do público. O evento fica aberto somente para representantes das escolas e a imprensa.
Identidade brasileira
O enredo concebido pela escola em 2024 é de autoria do carnavalesco Jorge Silveira e do enredista Leonardo Antan. Sugere a revisão do conceito de identidade brasileira.
“O ano de 2024 marca o centenário do início da histórica viagem que o poeta fez pelo Brasil profundo, em busca de compor a colcha de retalhos que forma a nossa identidade cultural nacional. Nosso desfile se propõe a abrir o diário de viagem do ‘Turista Aprendiz’ e percorrer com ele os passos de sua expedição. Junto com Mário, descortinar a riqueza de nossa arte, nosso território e nossa gente”, declarou Silveira.
A Mocidade Alegre é conhecida também como “Morada do Samba”. O termo foi cunhado por um integrante da escola chamado Argeu e resumiu o que o fluminense Juarez da Cruz, o idealizador da escola, planejava para ela, que era manter as portas e a receptividade para qualquer pessoa, independentemente de qualquer origem.
Com informações da Agência Brasil.