O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que Donal Trump se “curva” para o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Biden se referiu ao comentário do ex-presidente norte-americano sobre encorajar os russos a invadirem países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que não cumprirem suas obrigações com defesa.
“Nenhum outro presidente na nossa história alguma vez se curvou a um ditador russo. Bem, deixe-me dizer isso da forma mais clara possível: nunca o farei”, disse Biden na Casa Branca.
“Pelo amor de Deus, é estúpido, é vergonhoso, é perigoso, é antiamericano”, completou o presidente dos Estados Unidos.
Trump disse no último sábado que encorajaria a Rússia a fazer “o que diabos quiser” aos países da Otan que não investirem pelo menos 2% do seu PIB (Produto Interno Bruto) em defesa. Os EUA fazem parte da Otan.
A declaração foi realizada durante um ato de campanha na cidade de Conway, no Estado da Carolina do Sul. Trump é o favorito para a indicação do Partido Republicano às eleições presidenciais de novembro.
O republicano disse que, durante uma cúpula da Otan, “um dos presidentes de um país grande” perguntou a ele se os EUA o defenderiam se fosse invadido pela Rússia mesmo se não pagasse o percentual cobrado por ele. Trump teria respondido: “Claro que não”.
“Eu não protegeria você. Na verdade, eu os encorajaria a fazerem o que diabos quiserem. Vocês têm que pagar. Têm que pagar suas contas”, afirmou Trump no comício.
Um dos principais gatilhos da Otan é o chamado artigo 5, de defesa coletiva. Um ataque a um país-membro é considerado um ataque a todas as nações que formam a aliança, composta por 31 países.
A organização tem entre suas metas não obrigatórias o investimento de 2% do PIB de cada país em defesa. Muitos não cumprem essa meta, mas pagam os custos classificados como obrigatórios para se manterem na Otan.
Otan reage
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, também comentou a declaração de Trump. Para Stoltenberg, a afirmação do ex-presidente norte-americano coloca em risco a segurança de toda aliança militar.
“Qualquer sugestão de que os aliados não vão defender uns aos outros prejudica toda a nossa segurança, incluindo a dos EUA, e coloca soldados americanos e europeus em maior risco”, afirmou.