Macron deve deixar a esquerda governar, diz Mélenchon

Jean-Luc Mélenchon, 72 anos, líder do movimento LFI (França Insubmissa), disse que, com a confirmação da vitória da esquerda nas eleições deste domingo (7.jul.2024) para a Assembleia Nacional, é responsabilidade do presidente Emmanuel Macron convocar um governo liderado pela NFP (Nova Frente Popular).

A coalizão, formada às pressas para derrotar o RN (Reagrupamento Nacional), de direita, está projetada para conquistar até 192 cadeiras na Câmara Baixa do parlamento, de acordo com as projeções preliminares.

Depois do fechamento das urnas, Mélenchon discursou para seus apoiadores em Paris, elogiando a mobilização eleitoral que alcançou “um resultado que parecia impossível”: a vitória da esquerda.

“Nossa população claramente rejeitou a pior opção para si. Esta noite, a extrema-direita está longe de uma maioria absoluta”, declarou ele, destacando que isso representa “um grande alívio para milhões na nova França”.

“A maioria fez uma escolha diferente para o país, afastando-se da extrema-direita“, acrescentou Mélenchon, argumentando que agora “a vontade do povo deve ser respeitada”. Ele pediu que Macron reconheça os resultados que favorecem a esquerda, que, segundo ele, está a caminho se se tornar majoritária na Assembleia, sob a liderança da Nova Frente Popular.

A coalizão do presidente francês, Juntos, está em 2º lugar e deve eleger de 150 a 170 deputados, segundo as primeiras projeções. Já o grupo de Marine Le Pen teve um resultado muito abaixo das expectativas: deve conquistar de 132 a 152 cadeiras dos 577 assentos na Câmara Baixa do Parlamento.

Para alcançar a maioria, são necessários 289 assentos na Assembleia Nacional. As urnas fecharam às 20h (15h no horário de Brasília) deste domingo (7.jul).

Mélenchon disse que o presidente francês deve nomear um novo primeiro-ministro da coalizão de partidos de esquerda: “O primeiro-ministro deve seguir em frente (…). O presidente tem a obrigação de convocar a Nova Frente Popular para governar, pois está preparada para isso”.

Ele ainda afirmou que a NFP “implementará integralmente seu programa, sem exceções”, descartando a possibilidade de formar uma aliança com a coligação centrista de Macron na Assembleia Nacional.

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