Marine Le Pen, líder do RN (Reagrupamento Nacional), afirmou neste domingo (7.jul.2024), que a vitória da direita na França “está só adiada”. A declaração foi feita depois do fim do 2º turno das eleições para a Assembleia Nacional francesa e das projeções de vitória da esquerda na Casa Baixa do Parlamento.
“A maré está subindo. Não subiu o suficiente desta vez, mas continua a subir, e por isso nossa vitória está só adiada”, declarou Le Pen. De acordo com os dados preliminares, o RN teve um desempenho muito abaixo das expectativas: deve conquistar de 132 a 152 cadeiras dos 577 assentos na Assembleia Nacional.
O número coloca o partido de direita em 3º lugar, atrás da NFP (Nova Frente Popular) e da coalizão centrista do presidente Emmanuel Macron, Juntos. A coligação de esquerda formada às pressas para derrotar o RN deve conquistas até 192 cadeiras, enquanto o grupo do presidente francês, deve eleger de 150 a 170 deputados.
Para alcançar a maioria, são necessários 289 assentos na Assembleia Nacional. As urnas fecharam às 20h (15h no horário de Brasília) deste domingo (7.jul).
Jordan Bardella, que também lidera o RN, era o mais cotado para o cargo de primeiro-ministro em uma eventual vitória do partido na Assembleia Nacional.
O pupilo de Le Pen admitiu a derrota e disse que “extrema-esquerda incendiária não vai levar o país a canto nenhum” e criticou as “alianças não naturais” entre o campo presidencial e a esquerda, que, segundo ele, levaram à derrota do seu partido.
“Infelizmente, a aliança de desonra e os arranjos eleitorais feitos por Emmanuel Macron e Gabriel Attal com a extrema-esquerda privam” os eleitores de um governo do RN, declarou Bardella, se referindo ao chamado “cordão sanitário” formado pela coalizão centrista e da esquerda que incentivam candidaturas menos competitivas a desistir do 2º turno para tentar barrar o avanço da direita.