O Hamas sugeriu nesta 6ª feira (12.jul.2024), durante negociações de cessar-fogo, a criação de um governo palestino independente e apartidário para administrar a Faixa de Gaza e a Cisjordânia depois da guerra.
A proposta foi anunciada por Husam Badran, integrante do gabinete político do Hamas, em uma declaração sobre as negociações em andamento entre Israel e o grupo com mediação do Qatar, Egito e Estados Unidos. As informações são da Arab News.
As negociações em Doha (Qatar) visam a trazer um cessar-fogo em Gaza, bem como o retorno dos reféns ainda mantidos pelo Hamas.
Badran disse a administração da Faixa de Gaza é “um assunto interno palestino” e não será discutido “com nenhuma parte externa”.
Os comentários do integrante do Hamas se dão 1 dia depois do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, criticar as exigências do grupo extremista para o cessar-fogo.
Na 5ª feira (11.jul) Netanyahu acusou o Hamas de fazer exigências incompatíveis com o acordo de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, apesar de não detalhar o que é pedido do grupo extremista. A crítica se dá em um contexto de ataques israelenses contínuos à Gaza, com a morte de civis e o deslocamento de famílias no enclave.
“Estou comprometido com o acordo mediado pelos Estados Unidos para libertar nossos reféns, mas os assassinos do Hamas estão se apegando a exigências que contradizem o acordo-quadro, que colocam Israel em perigo”, afirmou o premiê israelense.
Em comunicado nesta 6ª feira (12.jul), o Hamas disse ainda não ter recebido informações dos mediadores sobre as negociações que visam a um cessar-fogo e a troca de prisioneiros.
CESSAR-FOGO PROPOSTO PELOS EUA
O acordo em fases desenvolvido por Washington inclui um cessar-fogo “completo” de 6 semanas que teria a libertação de 120 reféns, incluindo mulheres, idosos e feridos, em troca da libertação de centenas de prisioneiros palestinos.
A resolução obteve grande apoio no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), com 14 votos favoráveis e uma abstenção, da Rússia.
Israel, no entanto, diz concordar só com pausas temporárias e que só terminará sua operação quando o Hamas for completamente derrotado e tiver suas capacidades militares inviabilizadas.