Lula diz querer discutir dívida externa dos países africanos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 5ª feira (15.fev.2024) que pretende discutir a dívida externa dos países africanos nas conversas que terá no Egito e na Etiópia nesta semana. Afirmou que o continente está sub-representado no G20, mesmo com a entrada da União Africana em 2023, e defendeu o Brics como “principal espaço de articulação dos países emergentes”.

“Queremos promover ampla discussão sobre a dívida externa dos países africanos. Mesmo com a presença permanente da União Africana no G20 a partir desse ano, a sub-representação do continente ainda demanda pelo menos 2 novos países da África como membros plenos”, disse Lula em declaração a jornalistas no Cairo, capital egípcia, no seu 1º dia de visita ao país. O presidente egípcio Abdul Fatah Khalil al-Sisi, também falou com a imprensa.

Em viagem ao continente em agosto de 2023, o presidente brasileiro já havia dito que a dívida das nações da região, de cerca de US$ 800 bilhões, precisa ser renegociada para que os países tenham condições de se desenvolver e criar empregos e, assim, terem crescimento econômico. Para Lula, esta seria a única forma de as nações endividadas conseguirem ter investimentos e saírem de uma “encalacrada”.

A União Africana, que reúne 55 países, foi admitida no G20 em 2023. Lula participará da cúpula da organização em 17 e 18 de fevereiro como convidado de honra. O evento será realizado em Adis Abeba, na Etiópia. O Brasil está na presidência temporária do G20 em 2023, cuja cúpula de chefes de Estado e de Governo será realizada no Rio, em novembro.

No discurso desta 5ª feira, Lula defendeu o Brics como o principal espaço de articulação dos países emergentes. “No Brics vamos trabalhar juntos pela reforma da ordem global e construção da paz, especialmente no momento em que surgem pressões protecionistas e conflitos que penalizam países mais pobres”, disse.

O bloco, formado inicialmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, foi ampliado em 2023 e admitiu outros 6 países, dentre eles, Egito e Etiópia.

Em seu discurso, Lula defendeu ainda a criação de uma unidade de valor comum para as transações comercias e de investimentos dentro do grupo como “forma de contornar a dependência mundial de uma única moeda”. Embora não tenha citado o dólar, a ideia é driblar a moeda americana como referência no mercado global.

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