Egito está construindo acampamento para palestinos, diz ONG

O Egito está construindo acampamento no deserto do Sinai, perto da fronteira com a Faixa de Gaza, para evitar a entrada desenfreada de palestinos no país, afirma a ONG Fundação Sinai para Direitos Humanos. Segundo o jornal norte-americano Wall Street Journal, autoridades egípcias disseram que mais de 100 mil pessoas podem ser acomodadas no local.

O país africano teme que uma a ofensiva israelense contra o Hamas em Rafah, cidade palestina na fronteira, provoque um êxodo de refugiados ao país.

Imagens de satélite, inicialmente divulgadas pelo Wall Street Journal, mostram uma grande área de terra desmatada e um muro sendo construído na “zona de amortecimento” entre o Egito e Rafah. A região é desmilitarizada por Israel e o governo egípcio.

De acordo com o jornal norte-americano, a zona é cercada por muros de concreto e distante de qualquer assentamento egípcio. Além disso, tendas, ainda não montadas, foram entregues ao local.

Em caso de uma grande saída de palestinos da Faixa de Gaza, autoridades teriam afirmarado que tentariam manter o número de refugiados bem abaixo da capacidade do acampamento, de 50.000 a 60.000 pessoas.

Na 5ª feira (15.fev), o governador da região egípcia do norte do Sinai, Mohamed Abdel-Fadil, negou que a construção será destinada aos refugiados palestinos. Segundo ele, a área está sendo utilizada para avaliar as residências destruídas durante uma operação militar anterior do Egito contra extremistas do Estado Islâmico na região.

Já segundo o WSJ, autoridades egípcias afirmaram que os palestinos que entrarem na área cercada não serão autorizados a sair, a menos que estejam partindo para outro país.

A Fundação Sinai para Direitos Humanos, uma ONG sediada em Londres que monita eventos na região egípcia, noticiou sobre o assentamento na 4ª feira (14.fev) detalhando a construção.

Eles confirmam a construção de paredes de concreto com mais de 7 metros de altura e divulgaram um mapa de área aproximada onde a estrutura está sendo erguida.

Assista (3min34s):

Por outro lado, o chefe do Serviço de Informação do Egito, Diaa Rashwan, nega, apesar das imagens compartilhadas ao público, que a construção tenha como finalidade evitar a entrada de possíveis refugiados palestinos vindos de Rafah no país.

Segundo Rashwan, o governo está reforçando o muro fronteiriço de 6 metros para “tornar impossível” o contrabando de equipamento bélicos ao enclave.

Israel acusa a fronteira entre Egito e Gaza de ser ponte para o trasporte de armas, explosivos e munições para o território palestino. Segundo o país judeu, existem vários métodos transporte dos equipamentos, inclusive por túneis subterrâneos.

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