Quase 2 anos depois do início da invasão da Ucrânia pela Rússia, só 10% dos europeus dizem acreditar que Kiev é capaz de resistir e derrotar Moscou. A informação consta em um estudo do ECFR (sigla em inglês para Conselho Europeu de Relações Exteriores). Eis a íntegra, em inglês (PDF – 2 MB).
A pesquisa foi realizada durante o mês de janeiro em 12 países da UE (União Europeia): Áustria, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Itália, Holanda, Polônia, Portugal, Romênia, Espanha e Suécia. Foram entrevistadas, de forma on-line, 17.023 pessoas acima dos 18 anos por meio das plataformas Datapraxis e YouGov.
“Há 2 anos, o público europeu reagiu com extraordinária solidariedade para com a Ucrânia –mas também com ansiedade quanto ao impacto da guerra”, lê-se no relatório. “Pesquisa do ECFR de junho de 2022 revelou que muitos europeus eram a favor de uma resolução rápida, mesmo à custa da perda de território da Ucrânia”, continua.
“Um ano mais tarde, no entanto, as nossas sondagens mostraram que os sucessos do Exército ucraniano e uma demonstração da liderança dos EUA tinham mudado a percepção pública europeia”, completa, acrescentando que, em 2023, “uma pluralidade de europeus queria apoiar a Ucrânia até que Kiev recuperasse todo o seu território”.
Segundo o ECFR, a pesquisa realizada em janeiro de 2024 mostra uma nova percepção e revela “características importantes da opinião pública europeia” que “poderão influenciar as estratégias dos líderes políticos” com relação à Ucrânia.
Entre elas, a de que os europeus “parecem pessimistas quanto ao resultado da guerra”. Ao responderem à pergunta “qual das seguintes opções, se houver, você acha que é o resultado mais provável da guerra Rússia-Ucrânia?”, uma média de 10% dos entrevistados disseram acreditar que a Ucrânia vencerá. O dobro (20%) afirmou esperar uma vitória russa.
“Podemos apenas especular sobre a forma como as pessoas definem uma vitória russa, mas parece plausível sugerir que, para muitos, a ideia de uma vitória russa significa que a Ucrânia não será capaz de libertar todos os seus territórios ocupados”, diz o estudo.
Outros 37% afirmaram acreditar que Ucrânia e Rússia alcançariam um acordo, 3% responderam não se importar, 12% escolheram a opção “nenhuma das anteriores” e 19% disseram não saber.
O ECFR perguntou aos entrevistados qual guerra (na Ucrânia ou na Faixa de Gaza) tem maior impacto em suas vidas, seus países, na Europa e no futuro mundial.
“Embora cerca de 1/3 dos europeus considere que a guerra na Ucrânia teve mais impacto para os seus países e para a Europa, eles [os entrevistados] acreditam que este não é o caso para o futuro do mundo”, lê-se no estudo.
“A maioria dos europeus (60%) acredita que a guerra em Gaza teve o mesmo impacto para o futuro do mundo como a guerra na Ucrânia”, completa.