Posição de Lula sobre Israel é correta, diz Wellington Dias

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, saiu em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta 4ª feira (21.fev.2024) durante conversa com jornalistas sobre a 1ª reunião do G20 para tratar sobre uma aliança global de combate à fome e pobreza. Perguntado especificamente se concorda com a fala de Lula que comparou os ataques de Israel na Faixa de Gaza ao massacre de judeus promovido por Adolf Hitler na 2ª Guerra Mundial, Dias respondeu que o posicionamento do presidente “está correto”.

“O Planalto já se posicionou. Mas está correta a posição do presidente, que teve coragem de tratar como terrorista o ato do Hamas, que levou à morte de milhares de inocentes. De outro lado, o presidente é um líder que se junta a outros por cessar-fogo. Não se trata mais de uma guerra como conhecemos, de morte de militares com militares, mas de inocentes”, declarou.

Dias afirmou que a situação em Gaza “é grave” no momento e que a preocupação do ministério é quanto à chegada de alimentos e outros suprimentos para os civis na área.

“Uma equipe de médicos voluntários da França que estiveram ajudando na região fizeram o relato quanto ao risco de vida. Não só pelos conflitos de guerra, mas pela falta de produtos básicos”, disse.

FALA DE LULA

O presidente brasileiro comparou a operação militar de Israel na Faixa de Gaza com o extermínio de judeus realizado por Adolf Hitler na Alemanha nazista –o Holocausto. As declarações foram dadas no domingo (18.fev), durante uma conversa com jornalistas na Etiópia.

Na ocasião, Lula voltou a dizer que os palestinos estão sendo alvo de um “genocídio”. Também afirmou que o Brasil defenderá na ONU (Organização das Nações Unidas) a criação de um Estado palestino.

“É importante lembrar que, em 2010, o Brasil foi o 1º país a reconhecer o Estado palestino. É preciso parar de ser pequeno quando a gente tem de ser grande. O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse. Leia a íntegra da declaração aqui.

Assista (2min43s):

PLANALTO REBATE

O ministro Paulo Pimenta, da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), reagiu às críticas recebidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que havia feito uma analogia entre os ataques de Israel ao Hamas e a política nazista da Alemanha que matou judeus a mando de Adolf Hitler. O petista foi criticado por políticos, entidades da sociedade civil e autoridades estrangeiras.

“O ministro da Defesa de Israel [Yoav Gallant] divulga uma fake news. O Brasil sempre, desde 7 de outubro, condenou os ataques terroristas do Hamas em todos os fóruns”, escreveu Pimenta em seu perfil no X (ex-Twitter).

Eis a mensagem:

O Planalto também divulgou nota sobre o episódio. Disse que Lula “condenou desde o dia 7 de outubro os atos terroristas do Hamas” e que o presidente “se opõe a uma reação desproporcional” das forças de Israel.

Tanto o ministro Pimenta como a nota da Secom em defesa de Lula cometem um erro formal. No dia em que o Hamas atacou Israel por mar, terra e ar, em 7 de outubro de 2023, apesar de a autoria do episódio ter sido assumida pelo grupo extremista, Lula evitou sequer citar o nome dessa facção.

No 1º dia, o petista falou em “ataques terroristas” e condenou a ação, mas não mencionou o grupo Hamas. Eis o que disse Lula:

“O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU. Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados”, publicou em seu perfil no X.

Naquele momento, o presidente estava em isolamento por ter passado por cirurgia nas pálpebras e no quadril. No 2º dia (8 de outubro), não se pronunciou sobre o tema.

No 3º dia (9 de outubro), Lula discutiu o resgate de brasileiros em Israel com ministros. Foi a 1ª reunião oficial de trabalho do presidente em 10 dias.


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