No Brasil, 87,2% da população, ou 177 milhões de pessoas, moram em casas ou “casas de vila ou em condomínio”. Os dados são da edição de 2022 do Censo Demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). As informações sobre as características dos domicílios da população foram divulgadas nesta 6ª feira (23.fev.2024). Leia a íntegra do levantamento (PDF – 1 MB).
Os domicílios foram divididos em 6 tipos:
- casa;
- casa de vila ou em condomínio;
- apartamento;
- habitação em casa de cômodos ou cortiço;
- habitação indígena sem paredes ou maloca;
- estrutura residencial permanente degradada ou inacabada.
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Quem classificou cada tipo de domicílio foi o próprio recenseador no “momento de cadastrar o endereço”, diz o IBGE. “Nesse sentido, essa informação difere das demais informações relativas às características dos domicílios investigadas pelo Censo Demográfico, que foram captadas por meio de quesitos aplicados aos moradores”, afirma o instituto.
Leia abaixo como está dividida a população por tipo de domicílio:
- casa – 84,8%;
- apartamento – 12,5%;
- casa de vila ou em condomínio – 2,4%;
- habitação em casa de cômodos ou cortiço – 0,2%;
- habitação indígena sem paredes ou maloca – menos de 0,1%;
- estrutura residencial permanente degradada ou inacabada – menos de 0,1%.
De acordo com o IBGE, há uma “tendência verificada” no aumento de brasileiros vivendo em apartamentos. Em 2000, eram 7,6% da população, em 2010, 8,5%, e em 2022, atingiu 12,5%. As 5 regiões do Brasil também registraram alta:
- Sul – de 9,6% em 2010 para 14,4% em 2022;
- Sudeste – de 11,9% para 16,7%;
- Centro-Oeste – de 6,8% para 10,7%;
- Nordeste – de 4,7% para 7,9%;
- Norte – de 2,9% para 5,2%.
O Distrito Federal é a unidade da Federação com o maior percentual de pessoas vivendo em apartamentos: são 28,7%. Já o Piauí tem o maior percentual da população que mora em casa (95,6%).
Apesar da tendência citada acima, o apartamento é a “forma predominante de habitação” só em 3 municípios do Brasil: Santos (SP), São Caetano do Sul (SP) e Balneário Camboriú (SC). Nas 5.567 cidades restantes, predominam as casas.
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ATRASO NO CENSO DEMOGRÁFICO
O Censo Demográfico é realizado a cada 10 anos e estava previsto para 2020, mas foi atrasado por causa da pandemia.
Em março de 2020, o IBGE anunciou o adiamento do levantamento para 2021 por conta da evolução de casos de covid no Brasil.
Em abril de 2021, o governo Bolsonaro adiou novamente a coleta de informações. O então secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, disse que não havia recursos previstos no Orçamento.
Em janeiro de 2022, o STF determinou que o governo tomasse providências para realizar o Censo ainda naquele ano. Em agosto, os recenseadores saíram às ruas.
Inicialmente, a conclusão estava prevista para outubro. Foi adiada para meados de dezembro e, posteriormente, estendida para 2023. A pesquisa enfrentou dificuldades como a recusa de pessoas a responder o questionário. O ex-presidente do IBGE Roberto Olinto classificou esta edição do levantamento como uma “tragédia absoluta”.