O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na noite desta 6ª feira (23.fev.2024) que foram inventadas calúnias sobre a Petrobras nos últimos anos. Durante evento de lançamento da nova seleção cultural da estatal, no valor de R$ 250 milhões, o petista disse que o país resistiu às tentativas de “abortar” a companhia.
“Mais recentemente, houve outra tentativa de abortar a nossa Petrobras. E se criou em torno da Petrobras uns 100 números de calúnias. E eu estava vendo o orgulho dos meninos com camisa cor de abóbora (uniforme da Petrobras), que durante muito tempo eram ofendidos porque utilizam essa camisa nas ruas do Rio de Janeiro, porque ser da Petrobras era ser confundido com corrupção e malversação de patrimônio”, disse.
Lula repetiu críticas às investigações por corrupção na petroleira feitas na operação Lava Jato e afirmou que o povo resistiu e a empresa sobreviveu. Disse que o investimento em cultura é uma contrapartida obrigatória da Petrobras para o povo “que tanto lutou por ela”, mencionando as tentativas de privatização da empresa.
“A cultura faz parte sim dos interesses de uma empresa nacional, que tentaram privatizar tantas vezes e que ao conseguirem, porque tinha que passar pelo Congresso Nacional, resolveram fatiar e vender parcelas da Petrobras como fizeram com tantas outras empresas. Mas outra vez, a gente resistiu”, afirmou.
O presidente disse ainda que a empresa precisa investir em coisas que interessam ao povo. “A cultura pode não interessar a um ditador. Cultura pode não interessar a um negacionista. Mas a cultura simplesmente interessa ao povo tanto quanto interessa um prato de comida”, disse durante o evento, realizado no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio.
Lula ainda disse que a elite brasileira foi contra a criação da Petrobras, o que ele chamou de complexo de vira-lata. Também lembrou das tentativas de se mudar o nome da companhia para uma marca com mais apelo comercial, e disse que todos esses movimentos foram impedidos pelo povo brasileiro.
“Estamos numa empresa que não era para ter nascido. Quando se pensou em criar a Petrobras, houve uma parte da elite conservadora brasileira, que vivia em complexo de vira-lata, que queria abortar a Petrobras. Hoje eles são contra o aborto, mas naquele tempo eles queriam abortar o surgimento de uma empresa de petróleo que pudesse dar a esse país a dignidade e a decência de um país soberano”, afirmou.
Segundo o presidente, quem diz que a Petrobras ou ele próprio tiveram sorte pela descoberta do pré-sal, em 2006, deveria “ter inteligência”. Ele atribuiu o feito ao aumento do investimento em pesquisa na estatal durante seus 2 primeiros governos.
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