Para o Planalto, ato de Bolsonaro demonstra força sem efeito prático

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia que o ato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no domingo (25.fev.2024) na avenida Paulista, em São Paulo, demonstrou a força da oposição, mas sem efeitos práticos ou eleitorais.

O entendimento do 1º escalão lulista é de que o número de eleitores bolsonaristas não cresceu desde a derrota de 2022, enquanto o petista aposta na melhora econômica para aumentar seus votos fora da bolha de sua militância.

Apesar de dizerem, nos bastidores, que nada mudou, a administração Lula admite também que o ato é uma demonstração de força pública de Bolsonaro. Mesmo assim, avaliam que o impacto da manifestação não será mais do que retórico.

Para os governistas, o ato serviu para reacender a chama do bolsonarismo e manter a militância ativa já de olho nas eleições municipais. Lula já disse que o pleito é muito importante e que será uma nova disputa direta entre os 2.

De prático, segundo o Planalto, saíram mais indícios de que Bolsonaro e seus aliados tentaram dar um golpe de Estado depois das eleições de 2022. Ou seja, além de não haver impacto para atrasar as investigações contra o ex-presidente, a manifestação pode, ao contrário, agilizar ações da Polícia Federal, com mais provas recolhidas.

Outra análise que saiu do Planalto é de que os adversários não avançam sobre as pautas reais do país, como emprego e renda. Os discursos ficaram limitados às searas política e ideológica. O foco lulista é a melhora econômica, que o faria crescer com eleitores moderados e de centro, na avaliação do governo.

Reação pública

Publicamente, integrantes e apoiadores do governo Lula reagiram à manifestação bolsonarista de forma diferente. Em suas redes sociais, filiados a partidos de esquerda e outros opositores ao ex-presidente Bolsonaro afirmaram que o ato estava “esvaziado” e repleto de “criminosos”

A hashtag “#Flopou” esteve entre as mais publicadas no X (ex-Twitter) durante a tarde da passeata.

A deputada e presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann (PR), declarou que o pedido de anistia feito por Bolsonaro aos presos no 8 de Janeiro é uma confissão de culpa dos vândalos: “Bolsonaro é réu confesso. É o que faltava depois de tantas provas”.

De ministros do governo Lula, o único que se manifestou sobre o ato foi o chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. No post, Padilha recuperou um vídeo antigo em que critica a articulação política do ex-presidente e seus projetos para o Brasil durante a gestão passada.

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