O secretário nacional de transição energética e planejamento do Ministério de Minas e Energia, Thiago Barral, disse nesta 3ª feira (27.fev.2024) que os incentivos para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para produção de hidrogênio verde não devem entrar na CDE (Conta de Desenvolvimento Energético).
A CDE é o encargo setorial que reúne a maioria dos subsídios para novas fontes de energia. O impacto da conta foi de R$ 34,9 bilhões em 2023. Para 2024, a proposta da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) é de R$ 37,1 bilhões.
Em participação na Comissão de Infraestrutura do Senado, Barral explicou que um os principais desafios para o desenvolver essa indústria no país é alavancar formas de financiamento acessível para os projetos, mas afastou a possibilidade de subsídios por meio do mecanismo pago na conta de luz dos brasileiros.
Para o secretário, a conta de luz no Brasil já tem um valor elevado que impacta na competitividade da indústria brasileira e no bolso dos contribuintes. Barral disse que a orientação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, é preservar a CDE sem novos incentivos.
Barral declarou que um cenário de inclusão desses incentivos na CDE só será possível com uma amarração bem estruturada de que o subsídio vai gerar riqueza no Brasil.
“Há uma discussão se caberia se colocar incentivos na CDE, e eu peço muita responsabilidade nessa discussão porque a CDE vai parar na conta de luz que a gente paga e ela afeta a competitividade da própria indústria brasileira. Temos que ter muita parcimônia para não colocar toda essa conta que se pleiteia dentro da CDE porque no final isso pode virar um tiro no pé e se voltar contra a competitividade no Brasil”, disse Barral.