Donald Trump e Joe Biden venceram na 3ª feira (27.fev.2024) as primárias de seus partidos (Republicano e Democrata, respectivamente) no Estado de Michigan, segundo projeção da CNN. O ex-presidente dos EUA recebeu em torno de 68% dos votos, enquanto sua concorrente a nomeação da legenda, Nikki Haley, recebeu por volta de 26%.
O atual líder dos EUA concorria com candidatos pequenos e sua nomeação como o candidato do Partido Democrata é dada como certa. No entanto, ele enfrentou em Michigan voto de protesto por causa da política externa com relação à guerra na Faixa de Gaza, com cerca de 13% dos votantes optando por votar em branco. Biden teve cerca de 81% dos votos.
Conforme a CNN, Michigan é um dos chamados Estados-pêndulos, em que nenhum partido político tem uma vantagem significativa. Por isso, é considerado importante nas disputas presidenciais. Em 2016, Trump venceu no Estado e chegou à Casa Branca. Quatro anos depois, em 2020, Biden derrotou Trump no Estado e venceu à disputa pela Presidência dos EUA.
Dentre os 55 delegados em disputa pelos republicanos, 16 foram definidos na 3ª feira (27.fev). O Partido Republicano realizará uma convenção em 2 de março para decidir os 39 delegados restantes do Estado.
Com o resultado, Trump vence a 6ª primária de seu partido. Ele já ganhou as prévias em Iowa, New Hampshire, Nevada, Ilhas Virgens dos EUA e na Carolina do Sul, em 24 de fevereiro. Eleitores dos Estados do Missouri e de Idaho serão os próximos a decidirem nas prévias republicanas, em 2 de março.
Entenda as eleições nos EUA
Nos EUA, antes do pleito oficial, os Estados realizam prévias eleitorais –primárias ou caucus. O objetivo é escolher, dentre os pré-candidatos dos partidos, aquele que representará a legenda no pleito, marcado para 5 de novembro.
Nas prévias, cada Estado organiza sua primária com regras próprias. São 2 modelos. O tradicional, com voto em cédulas, que pode ser aberto, fechado ou livre. Com apenas filiados ou não. Já o caucus é uma reunião do partido. Os eleitores reúnem-se em um espaço para decidir quem será o candidato.
Nos Estados Unidos, o vencedor das eleições não é o candidato com mais votos populares, mas quem conquista a maioria dos delegados de cada Estado. Esses são distribuídos para o candidato mais votado. Nas prévias a lógica é diferente. Os delegados votam proporcionalmente ao número de votos.
A principal data das prévias será em 5 de março, quando eleitores de 16 Estados e 1 território votarão. A data é conhecida como Super Tuesday (Super 3ª feira, em tradução livre). Os territórios de Guam e Ilhas Virgens encerrarão as prévias em 8 de junho.
Voto não obrigatório
Nos EUA, ninguém é obrigado por lei a votar em qualquer eleição local, estadual ou presidencial. Segundo a Constituição, votar é um direito, mas não é um requisito.
Colégio Eleitoral
O presidente e o vice-presidente dos EUA são eleitos indiretamente pelo Colégio Eleitoral. Cada Estado tem o mesmo número de delegados que cadeiras no Congresso (Câmara dos Deputados e Senado). São 538 delegados.
Após votar para presidente, o voto é contabilizado ao nível estadual. Em 48 estados e em Washington, D.C. o vencedor recebe todos os votos eleitorais daquele Estado. Maine e Nebraska atribuem seus eleitores usando um sistema proporcional.
Um candidato precisa do voto de pelo menos 270 delegados –mais da metade do total– para vencer a eleição presidencial.
Geralmente, um vencedor projetado é anunciado na noite da eleição em novembro. No entanto, a votação oficial do Colégio Eleitoral é realizada em meados de dezembro, quando os delegados se encontram.
A diplomação do resultado será em 6 de janeiro de 2025. A posse, em 20 de janeiro.