O ex-presidente dos Estados Unidos e provável candidato republicano às eleições, Donald Trump, comemorou na noite de 3ª feira (5.mar.2024) sua vitória na Super Tuesday (Super 3ª, em tradução livre), o dia mais importante das prévias eleitorais norte-americanas. Em discurso, voltou a falar do fechamento da fronteira com o México, culpou a China pela pandemia de covid-19 e pediu uma imprensa “livre e justa”.
“Vamos ganhar essa eleição porque não temos escolha, se perdermos não vai mais sobrar país”, disse logo depois dos resultados das prévias, em que derrotou sua oponente, Nikki Haley, em quase todo o país. Trump fez uma festa em sua mansão em Mar-a-Lago, na Flórida.
A ex-embaixadora da ONU (Organização das Nações Unidas) venceu na 3ª feira (5.mar) apenas em Vermont. Trump ganhou na Califórnia, Texas, Alabama, Colorado, Maine, Oklahoma, Virgínia, Carolina do Norte, Tennessee, Arkansas, Minnesota e Massachusetts. Utah e Alasca não divulgaram os resultados.
Segundo o republicano, os EUA “estão sofrendo com a violência de imigrantes” e prometeu deportar “assassinos e traficantes”.
Trump afirmou que, se eleito, vai cortar impostos e reduzir a inflação. Disse que as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio não aconteceriam se ele estivesse no poder e se disse vítima de perseguição judicial.
O ex-presidente voltou a atribuir a pandemia de covid-19 à China e a criticar a imprensa: “Temos que recuperar isso [a credibilidade da imprensa], é muito importante para o sucesso do nosso país”.
SUPER TUESDAY
O presidente dos EUA, Joe Biden, e seu antecessor, Donald Trump, dominaram a Super Tuesday, o dia mais importante das prévias eleitorais dos partidos Democrata e Republicano, quando há a maior distribuição de votos. Na 3ª feira (5.mar), 16 Estados e 1 território votaram.
Os resultados consolidam a preferência por Biden e Trump dentro de seus partidos, apesar de problemas judiciais e preocupações com popularidade entre os eleitores.
A rival de Trump, Nikki Haley, venceu apenas em Vermont. Já Biden perdeu para Jason Palmer na Samoa Americana, território norte-americano na Polinésia.
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ENTENDA AS ELEIÇÕES NOS EUA
Nos EUA, antes do pleito oficial, os Estados realizam prévias eleitorais –primárias ou caucus. O objetivo é escolher, dentre os pré-candidatos dos partidos, aquele que representará a legenda no pleito, marcado para 5 de novembro.
Nas prévias, cada Estado organiza sua primária com regras próprias. São 2 modelos. O tradicional, com voto em cédulas, que pode ser aberto, fechado ou livre. Com apenas filiados ou não. Já o caucus é uma reunião do partido. Os eleitores reúnem-se em um espaço para decidir quem será o candidato.
Nos Estados Unidos, o vencedor das eleições não é o candidato com mais votos populares, mas quem conquista a maioria dos delegados de cada Estado. Esses são distribuídos para o candidato mais votado. Nas prévias a lógica é diferente. Os delegados votam proporcionalmente ao número de votos.
A principal data das prévias foi em 5 de março, quando eleitores de 16 Estados e 1 território votaram. A data é conhecida como Super Tuesday (Super 3ª feira, em tradução livre). Os territórios de Guam e Ilhas Virgens encerrarão as prévias em 8 de junho.
VOTO NÃO OBRIGATÓRIO
Nos EUA, ninguém é obrigado por lei a votar em qualquer eleição local, estadual ou presidencial. Segundo a Constituição, votar é um direito, mas não é um requisito.
COLÉGIO ELEITORAL
O presidente e o vice-presidente dos EUA são eleitos indiretamente pelo Colégio Eleitoral. Cada Estado tem o mesmo número de delegados que cadeiras no Congresso (Câmara dos Deputados e Senado). São 538 delegados.
Após votar para presidente, o voto é contabilizado ao nível estadual. Em 48 estados e em Washington, D.C. o vencedor recebe todos os votos eleitorais daquele Estado. Maine e Nebraska atribuem seus eleitores usando um sistema proporcional.
Um candidato precisa do voto de pelo menos 270 delegados –mais da metade do total– para vencer a eleição presidencial.
Geralmente, um vencedor projetado é anunciado na noite da eleição em novembro. No entanto, a votação oficial do Colégio Eleitoral é realizada em meados de dezembro, quando os delegados se encontram.
A diplomação do resultado será em 6 de janeiro de 2025. A posse, em 20 de janeiro.