O diretor de Políticas Monetárias do Banco Central, Gabriel Galípolo, pregou cautela sobre os dados econômicos do país e disse que o BC não pode reagir de forma emocional. A declaração foi dada na 3ª feira (5.mar.2024) durante um evento para o lançamento de uma consultoria em São Paulo (SP).
Segundo Galípolo, o Banco Central precisa se unir, ter humildade e não deixar as boas expectativas impactarem de forma negativa nas decisões do Copom (Comitê de Políticas Monetárias). O ex-secretário de Fernando Haddad ainda defendeu a previsibilidade dada pela autarquia ao reduzir a volatilidade dos preços dos ativos.
“A gente adotou os cortes de 50 pontos-base justamente para ter a vantagem de ganhar tempo e ver como as coisas vão acontecendo”, afirmou.
Gabriel Galípolo ainda citou a cobrança do mercado sobre informações da influência do desemprego na inflação no setor de serviços. Para o diretor do BC, é necessário mais tempo para analisar os dados e definir o impacto.
“Dá para dizer que é transmissão de salários para serviços? Eu acho que é preciso mais tempo para ver se é isso“, disse.
“A gente está dependente de dados, o que significa que a gente se apoia em todos os modelos.”
Meta fiscal
Galípolo ainda comentou as previsões do mercado divulgadas no Boletim Focus na 3ª feira e viu com otimismo a expectativa de 0,8% de deficit fiscal em 2024. Na opinião do diretor do BC, a proposta está “no preço”.
Para este ano, o governo federal prometeu zerar o deficit fiscal, mas há um espaço para que a dívida atinja 0,25% do PIB (Produto Interno Bruto). Entretanto, o Planalto avalia aumentar a previsão da meta na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que deve ser enviada em abril ao Congresso Nacional.