Após cortes, Câmara aprova superpacote econômico de Milei

Depois de 3 dias de votação e com cortes significativos, a Câmara dos Deputados aprovou nesta 6ª feira (2.fev.2024) o texto-base do plano econômico proposto pelo governo do presidente Javier Milei. O placar foi de 144 a 109. Eram necessários 129. A reforma é alvo de protestos por parte da população.

Agora, a Casa votará separadamente cada um dos de 382 destaques antes de enviar o texto ao Senado. A Câmara volta a debater o projeto na 3ª feira (5.fev).

Com minoria no Congresso, a aprovação da chamada “Lei Ônibus” representa a 1ª vitória de Milei no Congresso desde que tomou posse em dezembro. Salvo exceções, só os deputados da coalizão peronista Unión por La Patria foram contra a aprovação das reformas econômicas.

No entanto, para que isso fosse possível, o presidente argentino teve de ‘enxugar’ e ceder a diversos ajustes exigidos pela oposição.

Em seu perfil no X (ex-Twitter), Milei comemorou o resultado. “A história lembrará com honra todos aqueles que entenderam o contexto histórico e escolheram encerrar os privilégios da casta e da república corporativa, em favor do povo, que foi empobrecido e faminto por anos pela classe política”, escreveu.

O que mudou:

O texto inicial da intitulada “Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos”, na tradução livre, ou “Lei Ônibus”, tinha 664 artigos. Com os ajustes, foi para cerca de 382 disposições.

Uma das principais mudanças foi a retirada de todo o capítulo fiscal, que tratava de aumentos de impostos sobre as principais exportações de produtos agrícolas, como derivados de soja, grãos e milho, e industriais. Também incluia medidas para a reforma das pensões, a redução do imposto sobre a propriedade pessoal e o aumento do imposto de renda.

Outra derrota para Milei foi a modificação relacionada aos poderes delegados à Presidência argentina. A “Lei Ônibus” concede poderes legislativos ao Executivo em áreas declaradas em situação de emergência. Nas negociações, o governo argentino concordou em reduzir essas áreas de 11 para 5. São elas: 

  • econômica;
  • financeira;
  • tarifária;  
  • energética;
  • administrativa.

O presidente argentino também teve que desistir de realizar uma reforma eleitoral e concordar em alterar um trecho que estabelecia que uma reunião de 3 pessoas em espaço público poderia ser considerada uma manifestação. A quantidade aumentou para 30 pessoas.

ÔNIBUS E “OMNIBUS” 

 O nome da “Lei Ônibus” vem da expressão em latim “omnibus”. Significa “para todos” ou “para todos os fins”

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