O vice-presidente executivo da UE (União Europeia), Maros Sefcovic, disse nesta 4ª feira (7.fev.2024) que “as condições necessárias para a conclusão do tratado com o Mercosul [Mercado Comum do Sul] não foram atendidas”. A declaração foi dada no Parlamento Europeu em resposta a questionamentos sobre o impacto do acordo nas exportações agrícolas da Europa.
O continente vive uma onda de protestos de produtores rurais em ao menos 7 países (Alemanha, Bélgica, França, Grécia, Itália, Romênia e Polônia) contra acordos de livre comércio com países de fora do bloco. Segundo eles, a medida tornaria produtos europeus menos competitivos no mercado.
Outro ponto de atenção para os europeus seria os critérios de proteção ambiental. O presidente da França, Emmanuel Macron, tem dito reiteradamente ser contra o acordo. O país é um dos mais atingidos pelos protestos.
Apesar das condições atuais do acordo não serem aprovadas, um porta-voz do bloco disse que as negociações dos termos com o Mercosul continuam para “alcançar um acordo que respeite as sensibilidades, especialmente no setor agrícola”.
O tratado de livre comércio UE-Mercosul é de interesse da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen –que deve buscar se reeleger para o cargo e por isso tenta conseguir aprovar o acordo agora. As eleições do Parlamento Europeu serão realizadas de 6 a 9 de junho de 2024.
No entanto, o posicionamento de Macron tem potencial para encerrar as negociações entre os 2 blocos econômicos. Isso porque, para ser aprovado, o acordo precisa da aprovação dos 27 países integrantes do grupo europeu. Ou seja, só a posição contrária da França já é capaz de derrubar o tratado com o Mercosul.
Leia mais: