O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de um jantar nesta 5ª feira (8.fev.2024) na embaixada da Palestina, em Brasília. O evento foi uma homenagem oferecida ao chefe do Executivo pelo embaixador palestino, Ibrahim Alzeben, em nome do Conselho de Embaixadores Árabes no Brasil e dos Embaixadores dos Estados Membros da Organização de Cooperação Islâmica.
De acordo com a Secom (Secretaria de Comunicação Social), o encontro estava marcado para 18h30, mas Lula chegou à representação diplomática às 18h50. O jantar não estava previsto na agenda de compromissos oficiais do presidente.
A Secom não informou a lista de todos os representantes estrangeiros que participam do encontro, mas estiveram presentes representantes de países da América do Sul, da África e do Oriente Médio.
Também estiveram presentes o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, de Relações Exteriores, Mauro Vieira, e da Justiça, Ricardo Lewandowski, o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, e o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta.
Ao chegar, Lula plantou uma oliveira no jardim da embaixada. “O senhor está plantando esperança para o povo palestino e para o mundo, se Deus quiser”, disse Alzeben ao presidente brasileiro.
A visita de Lula à embaixada da Palestina se dá no momento em que o Brasil apoiou a iniciativa da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça da ONU (Organização das Nações Unidas) para investigar “atos e medidas que possam constituir genocídio ou crimes relacionados” e determinar o cessar-fogo imediato de Israel na Faixa de Gaza.
A decisão foi criticada pela embaixada de Israel em Brasília que disse “rejeitar categoricamente” a “difamação” do país africano e negou as acusações de que tenha intenção de matar palestinos.
“Israel está empenhado e opera de acordo com o direito internacional e dirige as suas operações militares em Gaza exclusivamente contra o Hamas e outras organizações terroristas”, afirmou a representação diplomática em nota.
Lula deverá se reunir com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em Adis Abeba, na Etiópia, em 17 ou 18 de fevereiro. O chefe do Executivo brasileiro estará no país africano para participar, como convidado, da Cúpula da União Africana.
Antes, o presidente passará pelo Egito em 14 e 15 de fevereiro. O conflito deverá ser um dos principais temas de discussão com o presidente egípcio Abdul Fatah Khalil Al-Sisi.
O país africano é um importante interlocutor porque, além de Israel, é o único que faz fronteira com Gaza. Atualmente, a única passagem que permite a saída de palestinos é a de Rafah, que faz fronteira com o Egito.
O governo também criou nesta 5ª feira um grupo de trabalho para avaliar a possibilidade de concessão de visto humanitário para palestinos que não tenham vínculos com o Brasil e que desejam sair da Faixa de Gaza. Será composto pelo Itamaraty, Justiça e Desenvolvimento Social.