O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou os EUA e os demais aliados da Ucrânia de prolongarem a guerra. A declaração foi ao ar na noite de 5ª feira (8.fev.2024), em entrevista ao jornalista norte-americano Tucker Carlson, do programa Tucker Carlson Tonight.
“Se querem realmente parar de lutar, precisam parar de fornecer armas. Tudo terminará dentro de algumas semanas”, afirmou o presidente russo.
Putin declarou que a guerra esteve perto de um fim durante negociações em Istambul (Turquia), em abril de 2022, mas o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky teria recuado quando as tropas russas se retiraram da região de Kiev. A Ucrânia “descartou todos estes acordos e obedeceu às instruções dos países ocidentais, dos países europeus e dos EUA para combater a Rússia até o fim”, afirmou.
“Agora, deixe-os pensar em como reverter a situação”, completou Putin. “Seria engraçado se não fosse tão triste. Esta mobilização interminável na Ucrânia, a histeria e os problemas internos mais cedo ou mais tarde resultarão em um acordo.”
O presidente russo disse ainda que os líderes ocidentais perceberam que era impossível infligir uma derrota estratégica à Rússia e estavam se questionando sobre o que fazer a seguir.
Em dezembro, o Kremlin disse que conversas para um acordo de paz com a Ucrânia eram “irrealistas”. Já Kiev exige que as Forças russas deixem todos os territórios conquistados na Ucrânia desde 2022.
Esta foi a 1ª entrevista de Putin a um veículo de comunicação norte-americano desde que determinou a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022. Foi realizada em Moscou, na 3 ª feira (6.fev), e durou mais de duas horas.
Carlson é apoiador do ex-presidente dos EUA Donald Trump, defendeu a invasão do território ucraniano e é crítico ao apoio que seu país oferece a Kiev. Já se referiu ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, como “cafetão ucraniano”. O jornalista foi demitido da Fox News em abril de 2023 e abriu seu próprio canal na internet.
Criticado pela entrevista, em vídeo divulgado antes do programa ir ao ar, Carlson justificou dizendo que “a maioria dos norte-americanos não tem ideia real do que está acontecendo”. E completou: “Mas eles deveriam saber. Eles estão pagando por grande parte disso”.
O Kremlin disse que concordou com a entrevista porque a abordagem do ex-apresentador da Fox News difere da cobertura “unilateral” sobre o conflito feita pela imprensa ocidental.
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