Democracia vive prova de fogo com ascensão da “extrema-direita”, diz Barroso

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Roberto Barroso, disse neste sábado (22.jun.2024) que a democracia vive “prova de fogo” com a ascensão da “extrema-direita” no mundo. Segundo o magistrado, discurso de ódio, desinformação e religião são as estratégias usadas na atuação política. 

“A democracia brasileira e mundial vive uma grande prova de fogo pela ascensão de uma extrema-direita intolerante que utiliza discursos de ódio e desinformação como estratégia de atuação política e, em muitas partes do mundo, pela captura do sentimento religioso com o uso abusivo em matéria política”, disse durante discurso no Brazil Forum UK, no Reino Unido.

O ministro disse que a democracia foi a ideologia vitoriosa contra o “comunismo, fascismo, regimes militares e fundamentalismos religiosos”.

Para Barroso, a democracia, determinada na Constituição, tem lugar para todos que sabem respeitá-la, sejam liberais, conservadores ou progressistas, só não teria lugar “para quem não se dispõe a respeitar as regras do jogo e os resultados eleitorais”

O ministro discursou na manhã deste sábado (22.jun) na abertura do Brazil Forum UK, evento anual organizado por estudantes brasileiros no Reino Unido com objetivo de discutir temas que impulsionam mudanças positivas no Brasil.

Pobreza & educação

O presidente do Supremo afirmou que o Brasil é um país onde o patrão paga menos Imposto de Renda que o empregado. Acrescentou que a reforma tributária simplificou o sistema, porém o mecanismo continua regressivo e concentrador de renda, logo, necessita de mudança para uma redistribuição mais justa.

“Pobreza e desigualdade continuam a ser itens imprescindíveis para enfrentamento na conjuntura brasileira”, declarou Barroso.

Ao tratar da segurança pública, o ministro afirmou que a pobreza repercute na falta de segurança pública e que as comunidades pobres são as mais afetadas.

O presidente do STF também declarou que a deficiência na educação básica “faz vidas menos iluminadas, trabalhadores menos produtivos e elites menos preparadas”

Barroso disse que o Brasil está atrasado em universalizar o ensino fundamental no país em relação aos Estados Unidos e citou os seguintes problemas: 

  • não alfabetização da criança na idade certa; 
  • evasão escolar no ensino médio;
  • deficit de aprendizado (terminar o ensino médio sem ter aprendido o necessário).
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