O delegado da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa, preso por suspeita de envolvimento na morte da vereadora da Marielle Franco (Psol-RJ) e de seu motorista, Anderson Gomes, em 2018, escreveu uma carta para o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, relator do caso na Corte.
No documento, divulgado pelo O Globo, o delegado fez a mão um bilhete em que afirma que o ex-policial militar Ronnie Lessa, indicado como o executor do crime, mentiu em sua delação premiada. Nega mais uma vez conhecer o conselheiro do TCE-RJ (Tribunal de Contas do Rio de Janeiro) Domingos Brazão e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), também réus no caso Marielle.
“Aos exmos [excelentíssimo] ministros, eu nunca falei com esses outros denunciados. O inquérito 901/00266/19 possui provas técnicas da mentira do assassino da vereadora Marielle e do motorista Anderson. No STJ [Supremo Tribunal da Justiça], há uma decisão de que eu não participei das investigações”, escreveu.
Leia a seguir a carta escrita por Rivaldo:
Em maio, o delegado já tinha enviado a Moraes um bilhete pedindo a Moraes para prestar depoimento à PF (Polícia Federal). Na ocasião, pediu que o ministro permitisse “pelo amor de Deus”.
Barbosa está preso preventivamente desde 24 de março, por determinação do relator. Segundo a denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República), o delegado teria usado sua posição na Polícia Civil para garantir impunidade aos envolvidos no crime.
Em resposta, em 3 de junho, depois do ministro conceder a Rivaldo depoimento à PF, o ex-chefe da polícia negou qualquer relação entre ele e irmãos Brazão.
O delegado também disse que mantinha contato com Marielle e que ela auxiliava em algumas investigações da Divisão de Homicídios, quando comandava a delegacia especializada.