O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 4ª feira (3.jul.2024) que o Brasil “jamais” será irresponsável do ponto de vista fiscal. A declaração é mais uma depois da mudança de tom adotado pelo petista sobre economia. Os efeitos vieram depois de reunião de Lula com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Estejam certos de que a comida vai ficar barata, estejam certos que esse país jamais será irresponsável do ponto de vista fiscal. Eu não tenho 1 dia de experiência, eu tenho 10 anos na Presidência”, disse o petista depois de cerimônia para lançar o Plano Safra para a agricultura empresarial.
Ao ser questionado, Lula declarou não estar acompanhando as mudanças do dólar. Falas controversas do petista sobre a economia e a responsabilidade fiscal nas últimas semanas impulsionaram uma subida da moeda norte-americana.
“Eu tô aqui lançando o mais importante Plano Safra para a agricultura brasileira e vocês vêm me perguntando de uma coisa que eu não estou acompanhando”, disse.
Para o presidente, o país deve atravessar uma fase de calmaria e, se houver algum desarranjo, “é só consertar”.
“O país tem que estar calmo porque está tudo acontecendo favoravelmente ao país. Se você tem um desarranjo qualquer você só tem que concertar. É isso”, disse.
O encontro entre Lula e Haddad foi realizado na volta do presidente a Brasília depois de uma viagem pelo Brasil em que concedeu entrevistas para rádios locais com críticas à autonomia BC (Banco Central), à taxa de juros, a Selic, e ao presidente da autoridade monetária, Campos Neto.
O movimento de Lula dá uma sobrevida a Haddad diante do mercado, ficando como “responsável” por “domar” as falas controversas do presidente e mostrar a importância dos cortes de gastos.
Em evento de lançamento do Plano Safra para a agricultura familiar horas depois, Lula citou preocupação com a inflação de alimentos, com uma política econômica “sem sobressaltos” e afirmou que seu governo tem “compromisso” com a “responsabilidade fiscal”.
Depois da mudança de tom do chefe do Executivo, o dólar comercial fechou a R$ 5,57 nesta 4ª feira (3.jul), com queda de 1,71%. A moeda dos Estados Unidos atingiu a menor cotação desde 5ª feira (27.jun.2024). Atingiu R$ 5,54 na mínima do dia e R$ 5,67 na máxima.
Na 2ª feira (1º.jul), o ministro da Fazenda atribuiu a alta do dólar a “ruídos” e que o governo precisa melhorar a comunicação.