O dólar completa neste sábado (6.jul.2024) 100 dias cotado acima de R$ 5,00. No fechamento do dia anterior, ficou a R$ 5,46, com queda de 2,3% na semana, influenciado pela mudança de tom do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação à condução da política monetária.
Ao longo de junho, no entanto, o câmbio apresentou crescimento. Na última semana, a moeda norte-americana havia subido 3 vezes depois de uma sequência de críticas de Lula ao presidente do Banco Central e ao setor financeiro.
Leia abaixo o histórico da cotação da moeda em 2024:
Em entrevistas a veículos regionais, Lula criticou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e colocou em dúvida a continuidade da autonomia da autoridade monetária depois que indicasse um novo nome para o cargo em 2025.
Havia uma preocupação de que o sucessor de Campos Neto fosse um economista mais tolerável com a inflação alta em troca de deixar os juros mais baixos.
Quando o dólar começou a subir como consequência das falas, o petista falou em “especulação” em relação ao câmbio.
O discurso mais radical só mudou depois que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniu-se com chefe do Executivo na manhã de 4ª feira (3.jul.) para falar sobre o assunto. Depois daquele dia, Lula manifestou compromisso com o equilíbrio fiscal e se esquivou de perguntas sobre o dólar:
“Agora, vou falar de feijão e arroz”, disse o presidente ao ser perguntado sobre o dólar durante lançamento do Plano Safra.
Assista (35s):
No mesmo dia, Haddad anunciou que o governo deverá realizar um corte de gastos com “pente-fino” de benefícios sociais que somam R$ 25,9 bilhões. O mercado estava em dúvida em relação à promessa do governo de equilibrar as contas públicas e o possível corte deu alívio ao câmbio.