A líder do partido de direita francês RN (Reagrupamento Nacional), Marine Le Pen, criticou o jogador Kylian Mbappé, capitão da seleção francesa de futebol. Em entrevista à CNN International, afirmou que, apesar de o atacante ser filho de imigrantes, ele “não representa os franceses com antecedentes de imigração” por ser milionário.
Le Pen afirmou que a França estaria cansada de “receber lições de moral e instruções para votar” de figuras públicas, incluindo celebridades que, segundo ela, estão distantes da realidade da maioria dos franceses.
As críticas surgiram depois de Mbappé incentivar os eleitores a “escolherem o lado certo” nas eleições de domingo (7.jul) para a Assembleia Nacional, referindo-se aos “resultados catastróficos” do 1º turno que favoreceram o RN. Mbappé enfatizou a “urgência” de votar para evitar que o país caia nas mãos da “extrema-direita”.
A relação entre futebol e política na França tem sido complexa, especialmente em questões de imigração e identidade nacional. Le Pen já expressou opiniões controversas sobre a seleção francesa, questionando a lealdade de alguns jogadores por causa de suas origens. Em 2010, disse que não se reconhecia “no time de futebol francês”, criticando atletas que, segundo ela, “têm outra nacionalidade no coração”.
O posicionamento do RN em relação à imigração e à identidade nacional tem sido ponto central de suas campanhas políticas. Assim como Le Pen, Jordan Bardella, o mais cotado para assumir o cargo de primeiro-ministro se o Reagrupamento Nacional atingir a maioria no Parlamento nas eleições de domingo (7.jul), construiu sua plataforma explorando os temores dos conservadores franceses.
