O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse nesta 5ª feira (11.jul.2024) que o governo espera uma diminuição no preço do arroz. A queda no valor para o consumidor –não especificada– teria 3 fatores principais, segundo ele: aumento da produção, a chegada de grãos da Tailândia e do Paraguai e a variável do dólar.
“Quanto vai baixar e quanto vai chegar [dos países] são dados que estamos apurando. Semana que vem saberemos. Estamos fazendo reuniões semanais com a federação do arroz, com a indústria e a câmara setorial do arroz”, afirmou a jornalistas na sede do órgão, em Brasília.
Teixeira também afirmou ter percebido um movimento de conversão de produtores de milho e de soja pelo arroz. Em Goiás, estimou que a produção irá dobrar de 60.000 toneladas para 120 mil toneladas nesta safra. “Isso vai diminuir o preço”, declarou.
A meta do governo é que 5 kg do arroz cheguem aos R$ 20 para o consumidor –mesma proposta presente no leilão de arroz promovido pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). O certame, anulado depois encontradas inconsistências nos dados das empresas vencedoras, não foi retomado. O ministro, contudo, não descarta realizá-lo.
“O leilão e um instrumental importante para não deixar faltar arroz. Por isso estamos com o edital pronto, se precisar vamos usar. Se não, não tem sentido”, disse.
PLANO SAFRA
A meta de diversificar a produção de arroz no país está presente no Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/2025, lançado no começo de julho. Hoje, o Rio Grande do Sul é responsável por 70% dessa produção no país, um percentual que pode ser alterado, segundo o ministro, a partir de nova tecnologia produzida pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
“Ela [Embrapa] desenvolveu um tipo de semente que funciona com irrigação. Essa semente pode converter áreas que hoje estão plantando milho ou soja para o plantio de arroz”, informou Teixeira.
O Plano estabelece mais R$ 76 bilhões em financiamentos pelo Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Ao todo, o montante de crédito rural subsidiado para a próxima safra será de R$ 476,6 bilhões. Representa um recorde.
No Plano Safra empresarial, R$ 189,09 bilhões em financiamentos serão com taxas controladas, direcionados para o Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) e demais produtores e cooperativas, e os outros R$ 211,5 bilhões destinados a taxas livres.
As taxas de juros para custeio e comercialização são de 8% ao ano para os produtores enquadrados no Pronamp. Já para investimentos, as taxas de juros variam de 7% a 12% ao ano, de acordo com cada programa.
Eis as taxas por programa:
- Pronamp: 8%;
- RenovaAgro e PCA (Programa de Construção e Ampliação de Armazéns): 8,5%;
- PCA até 6.000 toneladas: 7%;
- Custeio Empresarial: 12%;
- Moderfrota (Programa de Modernização da Frota Agrícola): 11,5%;
- RenovAgro Ambiental e Recuperação/Conversão de Pastagens: 7%;
- Moderagro, Proirriga (Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada) e Investimento Empresarial: 10,5%;
- Prodecoop (Programa de desenvolvimento cooperativo) e Procap-Agro (Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias): 11,5%;
- Moderfrota Pronamp: 10,5%.