Um casarão histórico desabou em Cachoeira, cidade no recôncavo baiano, no domingo (18.fev.2024). O imóvel, situado em área tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), já havia desmoronado parcialmente em 2019.
O restante das ruínas do edifício foi ao chão, cobrindo a cidade com uma névoa de poeira. Não houve feridos, segundo o Corpo de Bombeiros da cidade. A área está interditada.
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O edifício abrigou, da década de 1940 até 1992, o Hotel Colombo. A hospedaria foi notória na região durante o período de funcionamento por receber autoridades e artistas. No centro da cidade, o casarão ficava em local histórico, próximo de onde foram travadas as primeiras batalhas pela independência da Bahia, em 1822.
A prefeitura de Cachoeira afirmou que os proprietários foram notificados algumas vezes sobre os riscos de desmoronamento do imóvel. Os alertas, no entanto, foram desconsiderados.
“É importante destacar que os proprietários foram notificados repetidas vezes sobre os riscos iminentes de desabamento, porém, infelizmente, tais advertências não foram atendidas”, disse a prefeitura em nota publicada no Instagram.
“Diante dessa ocorrência, a Prefeitura de Cachoeira tomou todas as medidas necessárias, acionando os órgãos competentes como Coelba, Defesa Civil, Guarda Municipal, Corpo de Bombeiros, SAMU, entre outros, para lidar com a situação da forma mais eficiente e segura possível”, escreveu.
Ao Poder360, o Iphan declarou, em nota (leia abaixo), que o imóvel não era tombado individualmente, mas inserido em uma área tombada. Cachoeira foi declarada Cidade Monumento Nacional desde 1971, mesmo ano em que foi tombada.
Em 2019, quando houve desabamento parcial, os proprietários foram multados em R$ 780.632,53 pelo órgão. Com a queda completa do casarão, novas medidas de fiscalização serão tomadas e os donos do imóvel podem ser multados novamente.
Veja vídeos do desabamento:
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Eis a íntegra da nota do Iphan:
“Trata-se de um imóvel que não era tombado individualmente, mas sim inserido em um conjunto tombado, o que, por si só, o coloca na esfera da atuação da fiscalização do Iphan. Sim, o Instituto tem acompanhado o histórico do bem. Em 2019 houve um desabamento parcial do imóvel, momento em que a instituição adotava os procedimentos fiscalizatórios, notificando o proprietário e emitindo Auto de Infração.
“O processo de fiscalização decorrente deste desabamento parcial teve julgamento concluído e gerou multa de R$ 780.632,53, que está sendo cobrada do proprietário. Com o seu desabamento completo, novas medidas de fiscalização serão adotadas para que os responsáveis sejam devidamente cobrados”.